II Seminário Internacional Fortificações Brasileiras – Patrimônio Mundial Unesco

A Fortaleza de São João (RJ), que hoje guarda um Museu Histórico e organizações militares, sediu de 03 a 05 de dezembro 2019, o II Seminário Internacional Fortificações Brasileiras. O evento reuniu gestores dos 19 fortes e fortalezas de 10 estados e teve como foco na candidatura de um Conjunto de Fortes e Fortalezas do Brasil a Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Fortificações Brasileiras: Fortes e fortalezas

No Basil, os portugueses ergueram mais de 350 fortificações em dois séculos e meio. Estas fortalezas também eram chamadas de fortes, fortins, redutos, redentes, presídios, trincheiras, portões, feitorias, baterias, vigias ou hornaveques.

Fortaleza de São João Rio de Janeiro (RJ)
Fortaleza de São João, no Rio de Janeiro (RJ) é sede do Seminario 2019

A maior concentração de fortalezas no Brasil ocorreu em Belém, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Santos. Uma boa parte destas construções transformou-se em monumentos históricos e a maioria  está sob administração do Exército Brasileiro. Uma das fortificações mais antigas é o Forte dos Reis Magos, que foi construído em Natal no ano de 1598. Hoje em dia, é um sítio histórico mantido pelas Forças Armadas e pela prefeitura de Natal, sendo uma das principais atrações turísticas da cidade.

O Conjunto de Fortificações Brasileiras é integrado por 19 monumentos, testemunhos do histórico de ocupação, defesa e integração do território nacional.

As fortalezas são grandes edificações militares, com duas ou mais baterias de canhões instaladas em pontos diferentes no interior da construção onde existem vários prédios, torre de observação, entre outras obras.

Os fortes são edificações militares menores do que as fortalezas e possuem uma ou mais baterias de artilharia, mas todas instaladas no mesmo local.

Fortaleza de Santa Cruz de Anhantomirim Gov. Celso Ramos (SC)
Fortaleza de Santa Cruz de Anhantomirim, em Gov. Celso Ramos (SC)

Implantadas pelos europeus no Brasil, as fortificações tiveram origem em um processo de ocupação do território de modo particular, diferenciado das outras potências coloniais. Baseava-se em um esforço descentralizado, a partir de iniciativas dos próprios moradores das diferentes capitanias que formariam a nação, sem maior intervenção da metrópole. Isso resultou na construção de centenas de fortes e fortalezas, por todo o território nacional, edificadas para atender mais a interesses locais do que os da metrópole.

Algumas fortificações brasileiras desapareceram, ao longo dos séculos, ou delas sobraram apenas ruínas e registros históricos das batalhas ali travadas. Muitos desses monumentos, tombados pelo Iphan, acolhem museus e despertam grande interesse dos turistas, estão abertas a visitantes e promovem atividades culturais ou educativas.

  • Fortaleza de São José, em Macapá (AP) … (foto)
  • Fortaleza dos Reis Magos, em Natal (RN) … (foto)
  • Forte Coimbra, em Corumbá (MS) … (foto)
  • Forte de Príncipe da Beira, em Costa Marques (RO )… (foto)
  • Forte de Santo Antônio da Barra, em Salvador (BA) … (foto)
  • Forte São Diogo, em Salvador (BA) … (foto)
  • Forte São Marcelo, em Salvador (BA) … (foto)
  • Forte de Santa Maria, em Salvador (BA) … (foto)
  • Forte de N. S. de Mont Serrat, em Salvador (BA) … (foto)
  • Fortaleza de Santa Cruz da Barra, em Niterói (RJ) … (foto)
  • Forte de Santa Catarina, em Cabedelo (PB) … (foto)
  • Fortaleza de São João, no Rio de Janeiro (RJ) … (foto)
  • Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, em Guarujá (SP) … (foto)
  • Forte São João, em Bertioga (SP) … (foto)
  • Forte de Santa Cruz (Forte Orange), em Itamaracá (PE) … (foto)
  • Forte São João Batista do Brum, no Recife (PE) … (foto)
  • Forte São Tiago das Cinco Pontas, no Recife (PE) … (foto)
  • Fortaleza de Santa Cruz de Anhantomirim, em Gov. Celso Ramos (SC) … (foto)
  • Forte de Santo Antônio de Ratones, em Florianópolis (SC) … (foto)

Dos 10 países mais visitados no planeta (França, Estados Unidos, Espanha, China, Itália, Turquia, Alemanha, Reino Unido, Rússia e México), nove figuram entre as nações com o maior número de bens inscritos como Patrimônio Mundial – lista na qual o Brasil ocupa a 11ª posição.

II Seminário Internacional Fortificações Brasileiras

O seminário reuniu gestores de vários países para discussão dos potenciais dos 19 fortes brasileiros que integram o conjunto nacional de fortificações que pleiteia o título de patrimônio cultural da humanidade, dado pela Unesco. A expectativa é que o seu reconhecimento seja analisado pela Unesco em 2022, quando se espera que as construções defensivas do Brasil entrem na rota do turismo internacional.

II Seminário Internacional Fortificações Brasileiras

Com a presença de especialistas estrangeiros, o seminário é uma iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com a Fundação Cultural Exército Brasileiro.

O italiano Giovanni Cappelluzzo tratou sobre as Obras Venezianas de Defesa, conjunto de seis muralhas defensivas em terra e ao longo do Mar Adriático, inscritas na Lista do Patrimônio Mundial desde 2017. A experiência da gestão do conjunto de fortificações da Cidadela de Pamplona, na Espanha, que encanta por sua paisagem e recebe turistas de todo o mundo, foi tema da palestra de José Vicente Valdenebro.

O seminário tratou de diversos outros sistemas defensivos no mundo, como os fortes e fortalezas de Portugal, além de uma palestra sobre a cidade portuguesa de Elvas, cercada de muralhas seiscentistas. Os gestores conheceram o plano de conservação da Fortificação de San Luís de Bocachica, em Cartagena, Colômbia.

 

 

fonte:

  • http://www.turismo.gov.br
  • http://portal.iphan.gov.br/

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