Basílica e Convento de Santo Domingo – Parte III: Chegou a hora de entrar no Templo e conhecer os detalhes do interior

Na Parte I falamos da historia do templo e sua fachada, junto a historia da Ordem dos Pregadores Dominicanos em América  e sua chegada a Buenos Aires para fundar a Basílica do Rosário e Convento Santo Domingo.

Na Parte II narrei a historia que une Virgem do Rosário com o título de Patrona da Reconquista e Defesa de Buenos Aires durante as Invasões Inglesas, cujas bandeiras conquistadas ao inimigo são exibidas nesta igreja.

Por fim chegou a hora de entrar no templo e apreciar a maravilhosas talhas em mármore nas colunas, confessionários e no Altar mor.  e dos increivel quadros venezianos que representam os 15  Misterios do Rosario. Desta vez, depois de navegar pelo interior do templo vamos falar sobre o culto e devoção da Virgem do Rosário em diferentes pontos de América Latina.

Também vamos falar do infeliz incêndio do antigo retábulo, uma historia que entristece a todos os amantes do patrimônio histórico da cidade de Buenos Aires.

A nave

O interior mantém o caráter simples das igrejas do período colonial, apenas alterado em parte pela adição de revestimento de mármore esculpido na nave principal, nos confessionários e cada uma das colunas que suportam a nave.

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Invasiones_Inglesas_Belgrano_Monserrat_Dominicos_Monumento_Histórico_Nacional_Patrimonio_colonial_San Telmo_arquitetura_lighting_designO edifício possui uma cúpula na frente do altar-mor, cujo telhado foi restaurado, sobe para 50 metros de altura. O templo tem a forma de uma cruz latina, tem três naves, a central com bóveda de cañón corrido e uma cúpula no cruzeiro. As colunas, o púlpito, os confessionários, a nave principal são revestidos em mármore esculpido.

Altar mor

A primeira coisa que me surpreende é o caráter moderno de seu altar principal, que contrasta com a arquitetura colonial ao seu redor. Na parte inferior do altar, uma escultura da imagem de Jesus na cruz levita em baixa altura. No fundo, um grande mural e o órgão de tubos Walcker, fabricado na Alemanha, é o segundo maior da América do Sul, com cerca de 1.700 tubos.

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O altar-mor existente foi feito após o incêndio do antigo, queimado em 1955

O retabuo original foi incendiado num dos eventos mais tristes da Historia Argentina do Patrimônio Histórico e material desta igreja e outras mais da cidade.

Do altar-mor, com seu magnífico retábulo das missões guaranis e suas preciosas imagens do século XVIII, e dos três altares de Santo Tomás de Aquino, San Vicente Ferrer e Cristo del Buen Viaje, restaram apenas restos e madeira carbonizada.

Os eventos que ocorreram em 1955 relacionam-se quando um grupo de militares e civis contrários ao governo do presidente Juan Domingo Perón tentou assassiná-lo e realizar um falido golpe de estado. Em 16 de junho de 1955 seu altar principal foi incendiado e saqueado, grupos de adeptos peronistas atacaram e queimaram templos católicos atribuindo a eles terem instigado e participado do golpe. Sem dúvida, um dos episódios mais tristes relacionados ao Patrimônio Histórico e Religioso da cidade, excelentemente reflexados no livro: El llanto de las ruinas del autor Aníbal Rottjer, citado nas fontes no final do post.

O Cristo da Boa Viagem foi mutilado e carbonizado.

Três salas do convento, incluindo a cela do priorado, foram totalmente destruídas pelas chamas; o resto das celas foi saqueado e todo o vidro do claustro foi quebrado. O Salão do Instituto Belgraniano e as dependências da Comissão Nacional de Reconquista e Defesa de Buenos Aires, com todas as cadeiras, mesas e móveis coloniais da época Liniers, juntamente com seus arquivos, foram reduzidas a cinzas. A histórica porta da frente, que mostrava os impactos das balas britânicas, também foi atingida pelo incêndio.

O esplêndido órgão construído na França pela casa de Mutin-Cavaillé Coll, um dos melhores da América do Sul, foi reduzido a cinzas e as cadeiras artísticas do coro alto, que eram do século XVIII, foram carbonizadas.

Na década de 1960, durante as obras de restauração as colunas foram decoradas com relevos, e a nave principal foi revestida de mármore esculpido. Além foi instalado outro novo órgão que nunca foi concluído (estima-se que 60% dele estejam faltando). Mesmo quando executado em sua maior capacidade, a música não é ouvida em toda a igreja.

Capelas Laterales

A cada lado do Altar mor se encontram localizadas as Capelas do Rosário e do Santíssimo Sacramento, construídas em 1885 junto com a Sacristia, cuja descrição foi realizada na Parte II.

Na Capela do Rosário encontramos a venerada imagem da Virgem do Rosário declarada Patrona da Reconquista e Defesa de Buenos Aires, cuja capela tem sido recentemente restaurada.

Detrás dela são exibidas as bandeiras inglesas capturadas durante as duas Invasões Inglesas no Rio da Prata (1806-1807). 

Altares Laterales

A basílica possui duas naves laterais com numerosas capelas com imagens de santos e várias placas em memória de heróis que participaram da Defesa e Reconquista durante as invasões inglesas e as urnas funerárias do general Zapiola e Zemborain, além de outros heróis da Revolução de 1810.

Nas capelas laterais são conservados retábulos dos séculos XVIII e XIX. O registro fotográfico está organizado por um primeiro grupo onde se mostram o conjunto dos oito altares laterais …

… e a continuação grupos de fotos detalhando a imaginaria de cada altar.

Os telhados das naves laterais estão em um estado avançado de deterioração e, para evitar acidentes devido à liberação de gesso e material, uma rede foi colocada alguns metros abaixo deles durante os trabalhos de restauração.

Confessionários

Situados nas naves laterais os confessionários constituem um tesouro artístico e religioso muito refinado. Talhados mármore, tem portas de madeira talhadas que atraem muita atenção.

Neles, lê-se: “Noli amplius peccare”, que traduzido significa: “Não peque mais”

Pinturas dos 15  Misterios do Rosario – Quadros Venezianos

O programa iconográfico foi elaborado a partir de um conjunto de pinturas narrativas que relatam determinadas passagens da vida de Cristo e Maria: Vida, Paixão e Glória.

Os episódios sacros referentes aos mistérios do rosário são historiados e correspondem a uma representação plástica das histórias sagradas, referentes aos mistérios gozosos: Anunciação, Natividade, Visitação, Apresentação de Jesus no Templo e Jesus entre os Doutores. Os mistérios dolorosos: Oração no Monte das Oliveiras, Flagelação, Coroação de Espinhos, Cristo transportando a Cruz e Crucificação. Os mistérios gloriosos: Ressurreição, Ascensão do Senhor, Pentecostes, Assunção de Maria e Coroação de Maria.

Ou seja:

  • Mistérios Gozosos; representações do Menino Jesus e sua Anunciação.
  • Mistérios Dolorosos; cenas de Cristo carregando a cruz e Crucifixão
  • Mistérios Gloriosos; a ressurreição e a ascensão admirável de Jesus Cristo ao céu

Existe em Brasil uma igreja que também aborda os 15 mistérios do Rosário através de pinturas com a particularidade de que os quadros estão montados no forro da sua nave. Trata-se da Nossa Senhora do Rosário dos Pretos localizada na cidade Tiradentes (MG). Num próximo post vou relacionar esses casos de representação comuns entre dois exponentes de ascendência diferente: portuguesa e espanhola.

Castiçais

Os castiçais localizados nas colunas merecem grande destaque, tem elegante detalhes de acabamento iluminando os relevos com luz rasante. 

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Interior da Basílica de Nossa Senhora do Rosário

Na portada de aceso ao templo capturo minhas ultimas fotografias ficando pendente para uma próxima visita o registro da Sacristia que foi construída em 1885 conjuntamente com as Capelas Laterais do Rosário e São Vicente, o porão atrás da capela-mor que data de 1873 e o magnifico Convento de Santo Domingo.

Virgem do Rosário na Espanha

Em 7 de outubro de 1571, a Liga Sagrada, isto é, as forças navais da Espanha, Veneza e dos Estados Papais, sob o comando de Dom Juan de Áustria, apesar de sua notória inferioridade, derrotaram a marinha turca no Golfo de Lepanto; dessa maneira, a temível ameaça representada por seu avanço incontrolável em direção à Europa Ocidental foi conjurada. Esta batalha, com o tempo, tornou-se memorável e até lendária.

Parece que o triunfo foi devido a uma mudança na direção do vento, que favoreceu decisivamente os esquadrões cristãos; No entanto, nele foi vista a mão da Virgem do Rosário, que mais uma vez se manifestou como uma ajuda aos cristãos. O Papa, que participava da procissão organizada em Roma para implorar a vitória, misteriosamente tomou conhecimento e proclamou-a publicamente, agradecendo a Deus por um favor tão marcante.

Anteriormente, um relacionamento íntimo havia sido estabelecido entre a Marinha Espanhola e a irmandade de Rosário. De fato, o general Dom Luis de Requesens, tenente de Dom Juan da Áustria, em 1562 obteve do Papa São Pio V a licença necessária para estabelecer uma irmandade do Rosário com todos os indivíduos da Marinha Espanhola.

A continuação dessa devoção foi, sem dúvida, o patrocínio exercido pela Virgem do Rosário sobre os galeões que formaram a Carrera de Indias e suas viagem ao Novo Mundo, diante da qual sempre havia uma imagem da Virgem, popularmente conhecida como Galeona, que se trasladava solenemente ao galeão principal desde o convento dominicano de Cádiz.

Foi precisamente o triunfo em Lepanto, ocorrido no primeiro domingo de outubro, que levou São Pio V a colocar a festa nessa data sob o título de Nossa Senhora das Vitórias. Essa concessão só teve efeito para as igrejas onde a irmandade foi erguida, mas aos poucos a celebração da festa foi sendo concedida a várias regiões e famílias religiosas. O apoio dos papas e o incansável trabalho dos dominicanos permitiram a irmandade da Rosário estabelecer-se profusamente em todos os países católicos, incluindo terras missionárias. Na Espanha, há muitas evidências para afirmar que a irmandade de Rosário nesse período atingiu seu auge, ficando entre as mais difundidas. Nos séculos XVII e XVIII foram fundadas duzentas e dezoito irmandades, das quais oitenta e quatro foram erguidas na Catalunha.

O Rosário na América

A devoção do Rosário chegou à Nova Espanha, México das mãos dos dominicanos, embora em seus primórdios fosse praticada apenas pelos frades, que com grande senso catequético e apologético se apresentaram aos povos indígenas com o rosário no pescoço.

Em 1573, o capítulo provincial da província de San Juan Bautista, no Peru, na época a principal presença da ordem dominicana no sul da América, estabelece que todos os frades carregassem o rosário no peito, costume preservado até o século XX, e que fora usada como metodologia de evangelização a instauração das confrarias do Rosário.

O costume de usar o rosário no pescoço passava dos frades aos membros das confrarias e devotos de Rosário em geral.

O rosário tornou-se assim um dos símbolos da evangelização da América. Historiadores da província dominicana do México relatam que o rosário é o instrumento celestial que a Virgem lhes deu, como em seus dias deu para Santo Domingo, para alcançar dessa vez a conversão dos índios.

Em 1538, a irmandade do México foi fundada no convento de Santo Domingo. No Peru, os dominicanos o instituíram em seus conventos; especificamente na de Lima, onde foi erguida em 1554, estabelecendo neste virreinato a costume de que as irmandades de negros estavam sob a dedicação da Virgem do Rosário, como em muitos lugares do Brasil. Na Colômbia, verifica-se uma extensão precoce da devoção do Rosário; especificamente em Bogotá, a irmandade foi fundada no convento de Santo Domingo em 1558. A Guatemala tem como padroeira a Virgem do Rosário, cuja irmandade original foi fundada em 1559 promovida pelo bispo D. Francisco Marroquín. A irmandade de Rosário de Quito foi fundada em 1563 apenas para espanhóis, mas em 1580 foram criadas duas outras seções para indígenas e negros. No que diz respeito ao de Santiago do Chile, também foi erguido no convento dominicano daquela cidade em 1574, enquanto o de Buenos Aires o fez em 1586.

A devoção ao rosário se espalhou de tal maneira que, em meados do século XVII, o jesuíta Ruiz de Montoya afirmou que os povos indígenas do Uruguai e Paraguai usavam isso no pescoço como um sinal da escravidão mariana, ressaltando também que “muitas vezes os vemos nas estradas, pelos rios remando o dia inteiro, para ficar debaixo das árvores de joelhos rezando o Rosário, e mesmo à meia-noite os pegamos neste santo exercício”.

Virgem do Rosário na Argentina

O costume de oferecer as bandeiras capturadas ao inimigo à Virgem que cuidara maternalmente de seus devotos nos campos de batalha tinha antecedentes distantes na Europa e logo depois durante as guerras de independência na América.

Pouco antes da invasão napoleônica na península ibérica, os ingleses entraram no Rio da Prata com o objetivo de apreender dos espanhóis os domínios de Buenos Aires e Montevidéu, em duas ocasiões (1806 e 1807).

A pilhagem dos templos e as brigas nos conventos protagonizado pelos ingleses incentivaram a visão patriótica dos crioulos. Quando, em 2 de julho de 1807, os ingleses tentaram tomar Buenos Aires pela segunda vez, o convento foi palco de um episódio glorioso. Os invasores haviam se barricado ali e, a partir da única torre no que foi conhecido como o Combate de Santo Domingo. 

Invasiones_Inglesas_Belgrano_Monserrat_Dominicos_Monumento_Histórico_Nacional_Patrimonio_colonial_San Telmo_arquitetura_lighting_designO líder determinado da defesa e reconquista de Buenos Aires, Santiago Liniers, prometeu oferecer à imagem do Rosário as bandeiras capturadas ao inimigo. Após a vitória, várias imagens foram tiradas em procissão e as bandeiras foram depositadas diante do Rosário, dentro do templo.

Atualmente, é conhecida como Virgem do Rosário da Reconquista e Defesa de Buenos Aires, pois foi nesta igreja e convento onde aconteceu o combate decisivo de Santo Domingo, que terminaria com a derrota final do exército inglês.

Virgem do Rosário no Peru

A imagem da Virgem do Rosário, venerada na Basílica de Rosário, em Lima, viu o surgimento da cidade fundada por Pizarro no vale do rio Rímac. Doado pelo imperador Carlos V, foi trazida ao Peru pelos primeiros conquistadores para “favorecê-los em um empreendimento tão árduo”. A imagem foi inicialmente colocada na fonte batismal primitiva em Santo Domingo. A imagem do Rosário era muito popular na capital do vice-reinado peruano, uma cidade que se tornaria, na época, o centro da contra-revolução ao império espanhol.

Santo Toribio de Mogrovejo, em suas primeiras viagens pelas cidades do virreinato, no final do século XVI, havia espalhado o culto à Virgem do Rosário. Durante o período virreinal, em Lima levavam sua imagem em procissão também em épocas de epidemias, guerras e terremotos. No século XVII, Santa Rosa e San Martín de Porres eram devotos de sua imagem na igreja de Santo Domingo e mais tarde foram escolhidos como santos de Lima, alimentando a identidade crioula. Em 1716, o viajante Amadée Frezier ficou surpreso com a ampla difusão que essa imagem possuía no Peru, chegando a arriscar que “parece que toda devoção é reduzida ao rosário. Eles rezam para ele em todas as cidades e vilas, duas e três vezes por semana; nas procissões que são noturnas dentro da família, ou cada uma em particular pelo menos toda noite”. Em Lima do século XVIII, sua popularidade era tanta que eles queriam fundar irmandades do Rosário sob o disfarce de outra dedicação, por não terem permissão para fazê-lo.

Virgem do Rosário no México

Em 1538, a irmandade do México foi fundada no convento de Santo Domingo, graças à obra do irmão Juan del Rosario; e logo após os de Oaxaca e Puebla de los Angeles, este em 1553.

Para o caso mexicano, existem muitas obras sobre a Virgem de Guadalupe, bandeira da rebelião liderada por Hidalgo e Morelos. No início da rebelião, o nome de Fernando VII e a Virgem de Guadalupe eram símbolos usados ​​por monarquistas e insurgentes. A identificação da Virgem de Guadalupe como padroeira da nação mexicana e da Virgem de Los Remedios como advogada dos monarquistas são construções posteriores.

Virgem do Rosário no Brasil

No Brasil, a devoção ao Santo Rosário corresponde a uma forma de catequese popular e foi trazida pelos missionários responsáveis pela evangelização, especialmente os dominicanos e franciscanos. Os negros que aportaram no Brasil e em Minas Gerais, provenientes de Angola e do Congo, eram devotos da Rainha do Rosário, uma vez que foram evangelizados pelos dominicanos durante a colonização portuguesa e adotaram a Virgem como protetora.

As Irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foram as primeiras a se instalarem em Minas Gerais agregando, em seus templos, as principais devoções negras. Reflexos do grande número de escravos na região das minas foram também as mais numerosas. No censo de 1808, Vila Rica do (Ouro Preto) registrava que  83,6% da sua população era constituída de negros e mulatos, e 16,4% de brancos. Na Vila de São José del Rei, enquanto  30,7% da população era  constituída de brancos, 69,3% eram pretos e mulatos.

A consolidação das irmandades no mundo

Milhões de fiéis nas Filipinas

O mesmo estava acontecendo em outros locais de missão como Filipinas, onde a província dos dominicanos foi colocada sob a dedicação da Virgem do Rosário, devido à grande devoção despertada pela imagem titular do convento de Manila. No início do século, havia cento e cinquenta e cinco irmandades e trezentos e vinte e sete centros do Rosário Perpétuo.

Na China, Vietnã e Japão se enraizaram tanto que, de acordo com as crônicas, os mártires que em 1622 e nos anos seguintes regaram essas terras com sangue morreram levantando o rosário como sinal de vitória, sendo que a maioria deles fazia parte da irmandade de Santo Rosário.

Em geral, todas as irmandades promoveram a criação de obras artísticas: igrejas, eremitérios, capelas, altares, imagens, ornamentos e faixas, coroas e valiosos rosários de filigrana. Destacam-se as sumptuosas capelas construídas pelas irmandades de Rosário de Puebla, Oaxaca ou Quito; na Espanha, as do convento de Santo Domingo de Antequera (Málaga) ou Granada são memoráveis.

Quanto às imagens, poderíamos dizer que os melhores escultores do barroco nos deixaram preciosas esculturas da Virgem do Rosário; de Martínez Montañés a Salzillo ou Salvador Carmona; a iconografia varia pouco, mostrando a Virgem com o Menino, sentada ou em pé, ou, em alguns casos, entregando o rosário a São Domingos.

Na pintura desde Durero a Zurbarán o Murillo, a evolução é evidente, embora os motivos variem um pouco, exceto pela introdução de um novo modelo iconográfico devido a Sassoferrato, ele capturou em sua famosa pintura da Virgem do Rosário da igreja de Santa Sabina de Roma; pela primeira vez, ao lado da Virgem que dá o rosário a São Domingos, aparece Santa Catarina de Siena, do lado oposto, recebendo-o, por sua vez, do Menino Jesus. Esse modelo logo teve grande sucesso e se espalhou amplamente pelos países católicos.

 

 

fonte:

  • LAS VÍRGENES GENERALAS: Acción guerrera y práctica religiosa en las campañas del Alto Perú y el Río de la Plata (1810-1818) – Pablo Ortemberg (1)
  •  Historia del culto y devoción en torno al Santo Rosario – FERMÍN LABARGA (2)
  • www.revisionistas.com.ar

 

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