Uma das mais significativas manifestações populares características da Semana Santa em Ouro Preto é a criação dos tapetes devocionais que recebem a Procissão da Ressurreição na manhã do domingo de Páscoa. Moradores e turistas se unem na noite de sábado, a partir das 20hs, para enfeitar e adornar as ruas da cidade histórica.
Durante a terça-feira da Semana Santa realiza-se esta procissão, que relembra o caminho de volta percorrido por Nossa Senhora, do sepulcro, onde deixara o Filho sepultado, até sua casa. A Mãe de Deus caminha sozinha, sentindo no mais profundo do seu coração imaculado a espada de dor que lhe transpassava a alma.
Esta celebração relaciona-se por ocasião também da procissão conhecida como “Triunfo Eucarístico”, em que se procedeu o retorno da imagem do Santíssimo Sacramento da primitiva capela do Rosário, finalizadas as obras de reforma na Matriz do Pilar e remete aos tapetes devocionais que serão confeccionados durante a noite no próximo Sábado de Aleluia. Continue lendo “SEMANA SANTA em OURO PRETO (MG): Dia 5 – Terça Santa: A procissão de Nossa Senhora da Solidade”
Meu querido amigo Raul (argentino como eu) estava curtindo férias em Rio de Janeiro e decidiu presentear-me com sua presencia na data do meu aniversário. Aquela noite fomos para “Pura Harmonia” um boteco mineiro no bairro do Castelo que traz para Belo Horizonte(MG) o mais genuíno espírito da musica carioca. Como pode-se apreciar na foto a alegria foi imensa, como foi imensa a quantidade de cerveja em balde que bebemos até altas horas da madrugada.
Para o dia seguinte tínhamos marcado fazer a mais tradicional viagem do roteiro turístico mineiro: a maravilhosa cidade de Ouro Preto. Partimos para rodoviária quase sem dormir e pegamos o ônibus carregando toda nossa ressaca, que com certeza pesava mais do que as nossas mínimas mochilas.
Ao descer na rodoviária de Ouro Preto fomos os últimos em descer, fazia frio e uma espessa neblina cegava nossa primeira impressão. Em estado inconsciente seguimos qual cabrinhas a manada da nossa frente, quando de pronto percebi os fundos de uma imensa Igreja que nunca tinha visto. Rapidamente entendi que em vez de ter pegado a Rua Padre Rolim em direção à Praça Tiradentes, aquele rebanho tinha nos conduzido por outro caminho.
Foi quando cheguei ao adro na frente da Igreja que percebi que se tratava da Igreja São Francisco de Paula, aquela que desde o centro da vila fica sempre longe e distante no topo de uma colina, como um cartão postal permanente. A paisagem sumida dentro daquela densa neblina, a cidade banhada de nuvens, o silencio e o frio da manhã, todo nos referia a sensação de que a gente tinha chegado a um lugar magico deste planeta.
Os sambas e pagodes da noite anterior ainda ressoavam dentro na minha cabeça como um tambor batendo em uma nuvem de álcool. Descemos aquele morro passando pela Igreja de São José que também estava fechada. Como dois peregrinos cansados e sem fé, continuamos nosso caminho até chegar a esta rua, e foi lá onde está o farol, que nossas almas voltaram para nossos corpos da mão de uma milagrosa cura: o Café da manhã.
Ouro Preto: A cidade que em cada virada de esquina oferece um cartão postal
A Av. La Plata começa na Av. Saenz no bairro Pompeya e termina no cruzamento com a Av. Rivadavia no bairro Caballito. Talvez a principal peculiaridade desta avenida seja que todas as ruas e avenidas que a cruzam; elas mudam de nome. Assim, a Av. San Juan na altura de 4000 muda exatamente nesta esquina, virando Av. Diretório. Outra peculiaridade é que a Av La Plata é a linha divisória entre os bairros de Caballito Boedo e embora a igreja esteja na calçada correspondente ao primeiro, o Colegio Calasanz e a Iglesia San Jose de Calasanz são reconhecidos como um patrimônio típico do bairro de Boedo.Continue lendo “Igreja San José de Calasanz – Parte I: Primeiro o Colegio, depois o Templo”
A Igreja Matriz de Santo Antônio, considerada uma das obras-primas do barroco mineiro, reúne um importante conjunto de imagens religiosas.
Toda a talha que reveste intensamente o arco cruzeiro, as ilhargas da capela-mor e o retábulo-mor pertencem à oficina de João Ferreira Sampaio, artista português do qual não se conhece outra obra e não se encontrou, até o momento, referência a outras obras nem em Minas, nem em Portugal.
O interior da matriz, consagrada a Santo Antônio. segundo cronistas de todos os tempos, asseguram que se trata da igreja mais bela e mais majestosa das Minas Gerais. Logo na entrada, é difícil não se impressionar com os lustres de prata e a quantidade de ouro que decoram o altar e suas imagens.
A matriz de Santo Antônio surprende pelo seu interior deslumbrantemente dourado. Esta igreja é considerada a segunda igreja em ouro do Brasil, sendo a primeira em Salvador, Bahia.
Na Parte I falamos da historia do templo e sua fachada, junto a historia da Ordem dos Pregadores Dominicanos em América e sua chegada a Buenos Aires para fundar a Basílica do Rosário e Convento Santo Domingo.
Na Parte II narrei a historia que une Virgem do Rosário com o título de Patrona da Reconquista e Defesa de Buenos Aires durante as Invasões Inglesas, cujas bandeiras conquistadas ao inimigo são exibidas nesta igreja.
Por fim chegou a hora de entrar no templo e apreciar a maravilhosas talhas em mármore nas colunas, confessionários e no Altar mor. e dos increivel quadros venezianos que representam os 15 Misterios do Rosario. Desta vez, depois de navegar pelo interior do templo vamos falar sobre o culto e devoção da Virgem do Rosário em diferentes pontos de América Latina.
Também vamos falar do infeliz incêndio do antigo retábulo, uma historia que entristece a todos os amantes do patrimônio histórico da cidade de Buenos Aires.
A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos funcionou inicialmente na Matriz de Nossa Senhora do Pilar ate adquirir capela própria perto no Bairro do Caquende. A relação entre elas compreende por ocasião também da procissão conhecida como “Triunfo Eucarístico”, em que se procedeu o retorno da imagem do Santíssimo Sacramento da primitiva capela do Rosário, onde permaneceu durante obras de construção e reforma na Matriz do Pilar no início da década de 1730.
Mas desta vez, minha aproximação a Igreja do Rosario é diferente. Partindo da Matriz do Pilar, atravessando a Ponte Seca, em íngreme pendente acima, lá aparece ela no alto, considerada pelos especialistas como a expressão máxima do barroco colonial mineiro com sua planta composta pela intersecção de duas elispses, rara na história da Arquitetura brasileira. Continue lendo “OURO PRETO (MG): Igreja Nossa Senhora do Rosário – Parte II: O interior do templo e sua imaginaria”
O costume de oferecer as bandeiras capturadas ao inimigo à Virgem que cuidara maternalmente de seus devotos nos campos de batalha tem antecedentes distantes na Europa e logo depois durante as guerras de independência na América.
Pouco antes da invasão napoleônica na península ibérica, os ingleses entraram no Rio da Prata com o objetivo de apreender dos espanhóis, os domínios de Buenos Aires e Montevidéu, em duas ocasiões (1806 e 1807).
A pilhagem dos templos e as brigas nos conventos protagonizado pelos ingleses incentivaram a visão patriótica dos crioulos. O líder determinado da defesa e reconquista de Buenos Aires, Santiago Liniers, prometeu oferecer à imagem do Rosário as bandeiras capturadas ao inimigo. Após a vitória, várias imagens foram tiradas em procissão e as bandeiras foram depositadas diante do Rosário, dentro do templo.
Atualmente, é conhecida como Virgem do Rosário da Reconquista e Defesa de Buenos Aires, pois foi nesta igreja e convento onde aconteceu o combate decisivo de Santo Domingo, que terminaria com a derrota final do exército inglês.
Atravessando a ponte dos Contos, uma estreita rua se contorna entre magníficos sobrados de dos y três andares chegando assim mais uma vez ate a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Ouro Preto. É a tercera vez que visito ela, assim que já tirei foto dela para caramba.