PUERTO MADERO – PARTE III: As primeiras obras de embelezamento urbano de Puerto Madero

O belo passeio pelas docas do bairro de Puerto Madero combina a arquitetura dos velhos depósitos de um lado  dos diques, enquanto do outro lado encontramos arranha céus e hotéis todos exponentes de uma arquitetura contemporânea.

O percurso paralelo aos diques forma um passeio pedonal de 3 km de comprimento, tudo construído com materiais e elementos recuperados do antigo porto. Em contrapartida, para a fachada nascente, constituída por um alinhamento de edifícios modernos, foi escolhido um corredor que acompanhasse contextualmente a paisagem da zona mais moderna.

Infraestrutura e Serviços


nos fundos a Torre Telecom

A Corporación Antiguo Puerto Madero S.A. assumiu a construção de redes de infraestrutura de serviços; trabalhos de superfície e geração de novos espaços públicos. A Corporação planejou um sistema completo de infraestrutura que inclui uma rede subterrânea de serviços de abastecimento, além da abertura de ruas e pavimentação da malha viária.

O desenho das infraestruturas considerou a prestação de todos os serviços necessários ao desenvolvimento das atividades previstas em Puerto Madero. As obras incluíram: drenagem pluvial e de esgoto, abastecimento de água potável, abastecimento de gás natural; energia elétrica em média e baixa tensão; iluminação pública; telefonia, transmissão de dados, televisão a cabo e sinalização luminosa.

Lado Oeste (1995)

  • Arquitetos associados: Miguel Perez, Marcelo Gamba.
  • Mobiliário urbano: Diana Cabeza

A recuperação do píer como passeio público fez parte das obras de infraestruturas que visaram a operacionalização e dinamização da zona juntamente com o layout de novas redes de atendimento, sendo a primeira ação que a CAPMSA realiza no espaço público, com os primeiros recursos obtidos.

O Passeio Público-Banquina de Puerto Madero compreende a área compreendida entre a linha dos quatro diques e os 16 galpões de tijolos reciclados, estendendo-se ao longo de 3.000 metros da margem oeste das piscinas de água. Este passeio oferece a possibilidade de aproveitar o espaço entre a água e os antigos galpões, com o qual se integra a partir da relação espacial e visual dos recessos.

O projeto procurou resgatar “a lição da tradição portuária, onde componentes simples constituem um espaço de passeio e contemplação “

Desta forma, no desenho do espaço público que hoje rodeia os diques e os antigos armazéns, ocupando o mesmo local que anteriormente servia de passagem para embarque e desembarque das embarcações, muitos dos elementos e equipamentos do Porto original foram reutilizados. Objetos e materiais como paralelepípedos e travessas foram reciclados ao longo do caminho, e os guindastes foram reposicionados estrategicamente para destacar as praças entre as docas.

O projeto obteve os seguintes prêmios e reconhecimentos: Prêmio FV-Ferrum VII Bienal Internacional de Arquitetura de Buenos Aires 1998 / Prêmio Vitruvio 97, Museu Nacional de Belas Artes-CPAU / Menção Honrosa na Bienal de Arquitetura Prêmio CPAU-SCA 1998, Desenho Urbano. Publicado em Abitare (Milano) nº342 / Casabella (Milano) nº723.

Lado Leste

Arquitetos associados: Arq. Emilio Rivoira, Arq. Jorge Hampton, Arq. Miguel Pérez


O Lado Leste dos diques é caracterizado por um perfil super moderno

Constituído por edifícios que, embora procurem se ligar ao bordo poente repetindo a altura e as proporções dos antigos barracões reciclados, caracterizam-se por serem fruto de uma produção arquitetônica contemporânea que aconteceu em Buenos Aires nas últimas décadas, gerando a fachada do bairro mais novo da cidade. Desta forma, ele se configura como um contraponto ao lado oeste.

O passeio pedonal emoldurado por essa linha de edifícios modernos e espelhos de água foi pensado de forma a acompanhar esta marca desde o início

Na largura total da orla gerou-se uma circulação a partir da qual se chegam aos edifícios e para a qual se expandem os espaços gastronómicos situados no piso térreo dos mesmos; uma linha de jacarandás foi localizada para obter sombra; e, na faixa do calçadão que faz fronteira aos diques foram incorporados equipamentos como bancos, caixotes de lixo e luminárias, parte dos quais mantém as mesmas características de parte da luminária do passeio lateral oeste, o que acabou por conferir ao espaço um carácter moderno e atual.

Pontes Giratórias


A substituição das antigas pontes giratórias metálicas – acionadas por cilindros hidráulicos, cuja construção data de 1885; foi feita por novas pontes de quatro faixas para o tráfego de veículos, adaptadas ao novo fluxo de tráfego projetado para a área.

Construídas com materiais modernos, mais leves e resistentes, as novas pontes contam com sistema de abertura giratória, barreiras, sinalização luminosa e acústica

As avenidas que cruzam os diques (Rosario Vera Peñaloza, Azucena Villaflor, Macacha Güemes), se estabelecem como amplos corredores visuais e de conexão com a malha urbana existente, configurando-se como portas de acesso a Puerto Madero e o sistema transversal da Costanera Sur. Resolveram-se a partir da definição de uma grande varanda central contínua, na qual existem conjuntos de bancos que permitem visuais de um lado ou do outro, ao mesmo tempo que oferecem espaços de descanso e contemplação. Uma fonte de água como uma rotunda articula a intersecção das três avenidas com o terreno Norte-Sul.

 

 

Fonte:

  • http://corporacionpuertomadero.com.ar/parques_esp.php
  • https://www.modernabuenosaires.org/obras/2000s/paseo-peatonal-cabecera-de-diques-puerto-madero-este
  • https://www.modernabuenosaires.org/obras/90s/paseo-publico-banquina-oeste-puerto-madero

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