OURO PRETO (MG): Igreja de São Francisco de Paula – Parte III: Entre a neblina e os sinos

Fui para Ouro Preto muitas vezes mas nenhuma como aquela vez. A manhã ouro-pretana estava com muita neblina e acidentalmente peguei um caminho errado. Mas como acontece quase sempre, errar também nos conduze para novas descobertas.

Meu niver em Ouro Preto


Meu querido amigo Raul (argentino como eu) estava curtindo férias em Rio de Janeiro e decidiu presentear-me com sua presencia na data do meu aniversário. Aquela noite fomos para “Pura Harmonia” um boteco mineiro no bairro do Castelo que traz para Belo Horizonte (MG) o mais genuíno espírito da musica carioca.

Como corresponde a todo aniversario, pode-se apreciar na foto a alegria foi imensa, como foi imensa a quantidade de cerveja em balde que bebemos até altas horas da madrugada.

Para o dia seguinte tínhamos marcado fazer a mais tradicional viagem do roteiro turístico mineiro: a maravilhosa cidade de Ouro Preto. Partimos para rodoviária quase sem dormir e pegamos o ônibus carregando toda nossa ressaca, que com certeza pesava mais do que as nossas mínimas mochilas.

Ao descer na rodoviária de Ouro Preto fomos os últimos em descer, fazia frio e uma espessa neblina cegava nossa primeira impressão.  Em estado inconsciente seguimos qual cabrinhas a manada da nossa frente, quando de pronto percebi os fundos de uma imensa Igreja que nunca tinha visto. Rapidamente entendi que em vez de ter pegado a Rua Padre Rolim em direção à Praça Tiradentes, aquele rebanho tinha nos conduzido por outro caminho.

Foi quando cheguei ao adro na frente da Igreja que percebi que se tratava da Igreja São Francisco de Paula, aquela que desde o centro da vila fica sempre longe e distante no topo de uma colina, como um cartão postal permanente. A paisagem sumida dentro daquela densa neblina, a cidade banhada de nuvens, o silencio e o frio da manhã, todo referia a sensação de que a gente tinha chegado a um lugar magico.

Os sambas e pagodes da noite anterior ainda ressoavam dentro na minha cabeça como um tambor batendo em uma nuvem de álcool. Descemos aquele morro passando pela Igreja de São José que também estava fechada.

Como dois peregrinos cansados e sem fé, continuamos nosso caminho até chegar a esta rua, e foi lá,  onde está o farol, que nossas almas voltaram para nossos corpos da mão de uma milagrosa cura: o Café da manhã.

Ouro Preto: A cidade que em cada virada de esquina oferece um cartão postal

Depois de um largo percurso por igrejas e museus a hora do almoço nos deparou a saborosa comida mineira de um self-servisse bom e barato.

O tarde chega seu fim, de regresso para a rodoviária, acontece a parada obrigada no átrio-mirante da igreja Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia,  o ponto ideal para contemplar a imensa panorâmica e marcar uma próxima visita.

Mercês de cima_Nossa Senhora das Merces_Estrada Real_Brasil_Minas _Gerais_Unesco_Patrimonio_Humanidade

Encaro para a rodoviária, como si não fosse suficiente, os sinos da igreja musicalizam esse inesquecível pôr do sol. Será por isso e muito mais que adoro sempre voltar para Ouro Preto.

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