Museu EVITA – Buenos Aires, ARGENTINA

O Museu Evita é um importante passeio para quem quer aprender mais sobre a história argentina e descobrir historias que falam de Eva Perón, conta com recursos audivisuais que repassam os acontecimentos da época em filmes, discursos sonorizados, além de objetos, fotos, documentos e uma infinidade de roupas, calçados, bolsas e outros acessórios pertencentes à Evita.

A história fascinante de uma mulher que viveu várias fases e vários personagens em uma única vida, saindo ou entrando em cena para elevar Perón ao posto de presidente e com isso tornando-se uma das mulheres mais poderosas que a história da Argentina já presenciou.

La famosa Plaza Italia localizada no bairro de Palermo congrega ao seu redor o Jardim Botánico, ao Centro de Exposicoes: (Rural Palermo), o novo Ecoparque no local do antecesor Zoologico da cidade de Buenos Aires, fechado em 2017.

O museo esta localizado a uns 6 quarteroes da Plaza Italia, é uma excelente opção para combinar com um tour pelos Bosque de Palermo, com seus hermosos lagoas e o famoso Planetario

Museu Evita

O Museu Evita foi inaugurado em 26 de julho de 2002, em Buenos Aires, como um museu em homenagem à memória de Eva María Duarte Perón. A data marcou os cinqüenta anos da morte da mulher mais famosa e polêmica que revolucionou a história da Nação Argentina.

O museu está situado na rua Lafinur, nº 2988, no Bairro de Palermo, em um prédio de três pisos, construído pela família Carabassa, chamado “Casa Carabassa”, construído em 1923 pelo arquiteto Estanislao Pirovano.

Esta casa no bairro de Palermo teve sucessivos proprietários até que, em 1948, foi adquirida pelo Estado Nacional pela Fundação de Assistência Social María Eva Duarte de  PERON, mais tarde FUNDACION EVA PERON, indo funcionar como Casa de Trânsito, com a finalidade de amparar mulheres e crianças carentes.

Aqui estão incluídos alguns elementos usados nas decorações da época, como escudos, pináculos na fachada

A fachada do prédio do Museu Evita, embora possua uma cor sóbria acinzentada, combina elementos de ambos os estilos renascentistas plateresco e italiano. As fachadas desses estilos caracterizam-se por serem muito ornamentadas, como se fossem de ourivesaria, enquanto o interior do edifício é de estilo gótico.

O Plateresco é um estilo arquitetônico, caracterizado por ser apenas do Renascimento espanhol. Segundo dados históricos, alega-se que isso tenha origem no início do século XV, estendendo-se por mais dois séculos. Muitos dos edifícios da época aplicavam constantemente esse estilo. Muitos chamam isso de combinação, embora também seja conhecido como fusão, onde o mudéjar e o gótico flamígero são misturados.

O Museu – Descrição

A história de Eva Duarte é comunicada através de treze salas de exposições. Estes espaços encontram subdivididos em exposições de curta (no térreo, duas salas moduladas em três) e de longa duração (no piso terréo, quatro salas e no primeiro andar, nove salas).

A nomenclatura das salas são intrínsecas à vida da personagem musealizada: “Eva Actriz – El encuentro con Perón”, “Primera Dama”, “Voto Feminino/Partido Peronista Feminino”, “Ayuda Social Directa”, “Renunciamineto – Final Inesperado”, “La Razón de mi vida”.

No primeiro piso do prédio estão as salas expositivas sobre infância e juventude e vida profissional, com um acervo muito rico contendo desde a caderneta escolar, às fotografias da infância e do período de atriz.

Como num teatro biográfico, ao abrir de cada cortina, cada sala revela uma fase de sua vida, começando pela infância, sua juventude como atriz e, finalmente, sua vida como primeira-dama da Argentina, ao lado de Juan Domingo Perón.

Entre os objetos mais importantes, podemos citar suas roupas (incluindo a que ela usou em sua visão do Papa em 1947), seus sapatos, seus chapéus e o primeiro documento feminino da Argentina.

Eva María Duarte de Perón, nasceu em General Viamonte na Província de Buenos Aires em 07 de maio de 1919, quinta filha de uma relação extraconjugal da costureira Juana Ibarguren com o estancieiro Juan Duarte. Sua infância em Los Toldos e depois em Junin foi humilde. Mas aos dezesseis anos decidiu-se por seguir a carreira artística em Buenos Aires onde despontou como atriz de radionovelas. 

.

Desde 1943 participava da Associação de Trabalhadores das Rádios Argentinas, em uma atividade político-sindical que encaminhou seu destino em 1944, quando ao participar de um ato em auxílio das vítimas do terremoto que destruiu a cidade de San Juan conheceu Juan Domingo Perón.

Evita conheceu Juan Domingo Perón em 1944 durante um ato em auxílio das vítimas do terremoto de San Juan, o evento aconteceu no Luna Park.

O namoro de Perón e Evita foi bem mais controverso. No ano de 1944, o general, viúvo, vice-presidente e ministro das pastas do Trabalho e da Guerra: enquanto ela, uma desconhecida atriz interiorana.

Contudo, ela vivia o constante desprezo e as insistentes suposições sobre sua vida pregressa a Perón, protagonizada pela elite argentina, que não só falava sobre ela, como também dificultava ao máximo seus discursos, sua aparição pública e suas ações.

Juan Perón foi eleito em 1946, com grande aceitação da população, tornando-se presidente depois de um longo período de ditadura na Argentina. Como primeira-dama Evita teve um papel importante na presidência de seu marido, trabalhando para a consolidação dos direitos dos mais necessitados: os pobres, os trabalhadores, os idosos e as mulheres.

Subida da escada para o primeiro piso, destacando a frase:

“mi dia maravilhosos fue el dia em que mi vida coincidió com la vida de Peron”

 

Segundo Andar

No segundo andar estão as salas dedicadas à sua atividade política: em 17 de outubro, sua vida como primeira-dama, o voto. Feminino, a Constituição de 49 e a Fundação Evita.

 

O visitante pode encontrar a coleção mais completa de objetos pertencentes a Evita e também livros, revistas, documentos oficiais e originais, fotografias e vídeos que retratam sua vida e obra, fornecidos por sua família e doações privadas. Além disso, podemos ter contato com trechos de seus discursos mais importantes, nos quais ele se refere à justiça social, educação e saúde dos mais necessitados.

A “expografia” do piso superior trata da vida política e social de Evita e Perón, as roupas e acessórios, inclusive a roupa usada por Evita quando recebida na audiencia com o Papa. Nessas salas, são apresentadas suas lutas pelos direitos cívicos femininos, o trabalho desenvolvido na Fundação Evita.

Quando  Evita tornou-se primeira-dama, ganharia o cargo de presidente da Sociedade Beneficiária, cujas associadas eram mulheres da classe alta argentina, que a viam como uma filha ilegítima, de passado duvidoso. Logo, Evita nomeou sua mãe como presidente da Sociedade, dissolvendo-a em poucas semanas de mandato. O lugar fora ocupado pela “Ajuda Social”, internatos e colônias de férias. Em 1948, Evita criou a Fundação Ajuda Social María Eva Duarte Perón.

O legado de Evita e Juan Perón cristalizou-se na construção de doze hospitais em todo o país, mais de mil escolas, universidades e casas de apoio para para abrigar mulheres e crianças até que encontrasse trabalho e casa para morar, um lugar de acolhimento onde poderiam permanecer com alimentação, vestimentas e alojamento.

A Fundação Evita Peron ajudou incansavelmente a cada grupo. Aos mais velhos foram assegurados o direito à assistência médica, uma casa, comida e roupas. Também preocupando-se com a reforma do sistema prisional, especialmente o feminino.

Em contrapartida; a representação de uma mulher elegante, preocupada com os pobres mas também com sua auto-imagem de primeira dama, elegante, distante da pobreza que vivenciara nas primeiras décadas de sua vida está cristalizada nos vestidos, bolsas, acessórios de maquiagem, sapatos e lenços presentes nos expositores e nos candelabros de cristal que iluminam o recinto com u mar de requinte.

Ainda no segundo piso o patio interno da acceso as instalações de cozinha e dependências com utensílios, pratos, mantimentos diversos, roupas e acessórios da “Casa de Transito”.

A iluminação de destaque é feita por trilhos articulados direcionáveis de lâmpadas alógenas, porém, utiliza-se também iluminação natural em alguns espaços onde essa incidência de luz é possível, sem prejudicar o acervo, pois não incide diretamente nas peças.

……………………………………………………………………………………………………………….

17 de Outubro – Dia da Lealdade

Aquele dia tornou-se o Dia da Lealdade, simbolizando a troca entre líder e trabalhadores

Quando, em 1945, Perón foi destituído de seu cargo de Secretário do Trabalho e Segurança Social pelos militares, ele ficou preso na ilha Martin García. Eva reuniu-se com os líderes sindicalistas e trabalhadores da Grande Buenos Aires e organizou uma enorme manifestação, no dia 17 de outubro, para exigir a libertação de Perón. Pressionados, os militares soltaram o líder justicialista, que discursou prometendo à população novas eleições e a reconstrução da nação. Neste dia, Perón discursou para 300.000 pessoas e suas palavras foram retransmitidas pelo rádio para todo o país.

Dias depois, em 22 de outubro de 1945, quase dois anos após o primeiro encontro Eva Duarte y Perón  casaram-se no registro civil de Junín.

Exercício_Plástico_Ejercicio_Alfândega_Aduana_Taylor_Patrimonio_Siqueiros_Latinoamerica
Retrato oficial de Juan Domingo Perón com sua esposa Eva, de Numa Ayrinhac, e exibido no Museu do Bicentenário, ele é o único oficial de onde um presidente argentino esta acompanhado pela primeira-dama

O casamento da Igreja foi secreto, na companhia da família e dos mais próximos. Aconteceu o día10 de dezembro de 1945 na Igreja de San Francisco de Asís de La Plata. Em 2011, a Presidente Cristina Fernández de Kirchner declarou a Igreja como Monumento Histórico.

A chapa formada por Perón – Quijano ganhou as eleições de 1.946 com 56% dos votos. Perón exerceu seu mandato durante 6 anos.

Em 1.951, Perón foi reeleito. Em 1.952, Evita morre e Perón foi afastado do seu cargo por um golpe militar em 1955. Perón se estabelece em Madri, onde, em 1.961, se casou novamente com Maria Estela Martinez. Durante seu 18 anos de exílio, Perón manteve sua influência política na Argentina. Perón regressa à Argentina, em 1.973, e, no mês de outubro, foi eleito presidente novamente, com sua esposa, Isabel Perón, como vice-presidente.

Sua terceira gestão foi curta, Perón faleceu no dia 1º de julho de 1.974. Isabel Perón assumiu a presidência, mas foi destituída pelos militares em 1.976.

O golpe político-militar de 1955, que derrubou o regime do presidente Perón, comprometeu-se a destruir tudo o que estava relacionado com o trabalho da Fundação Evita Perón,como assim também o Quinto Unzué, local onde o casal estabelecera sua residência permanente, onde Evita faleceu. Em 13 de agosto de 1956, pelo decreto nº 14.576, assinado pelo presidente de fato Pedro Eugênio Aramburu, foi ordenada a demolição do Quinto Unzué.

Por isso, o Museu Evita, surgido na virada do milênio, constituiu-se como um dos mecanismos mais fortes para a retomada da memória de Evita quem soube conquistar o coração de tanta gente.

A Renúncia

A Chapa que todos os peronistas sonhavam: “Perón – Eva Peron”

Numa constante tensão, chega ao auge de sua carreira política pressionada pela população para que disputasse as eleições no papel de vice-presidenta. No entanto, descobriu o câncer no útero, que a mataria aos 33 anos. Escondendo a gravidade de sua doença, foi às rádios, alguns dias depois, e proclamou sua renúncia. A vitória peronista de 1951 nas urnas foi arrasadora e as mulheres exerceram nessa eleição, pela primeira vez, seu direito ao voto, duplicando a participação eleitoral. Evita tivera de votar em uma policlínica, pois uma semana antes das eleições submetera-se a uma cirurgia para retirada do câncer. Ainda assim, debilitada, com pouco peso e administrada com analgésicos para a dor, Evita insistiu em acompanhar seu marido no cortejo presidencial e em sua posse, e pediu para seguir de pé junto ao carro do presidente.

Ali, proferiu seu último discurso emocionada

“Mis queridos descamisados, yo no valgo por lo que hice, yo no valgo por lo que soy ni por lo que tengo. Yo tengo una sola cosa que vale, la tengo en mi corazón, me quema en mi alma, me duele en mi carne y arde en mis nervios. Es el amor por este pueblo. Si este pueblo me pidiese la vida, se la daría cantando, porque la felicidad de un solo descamisado, vale más que mi vida. Mis descamisados: yo les agradezco todo lo que ustedes han rogado por mi salud. Espero que Dios oiga a lo humildes de mi Patria para volver pronto a la lucha”.

O espaço mais emocionante do Museu é a sala da representação do enterro de Evita, uma sala com espelhos e vídeo projetado por um filme cuja narrativa expográfica induz a impressão ao visitante de fazer parte do cortejo, propositalmente posicionada para introduzir o visitante na impressionante história de vida de uma mulher símbolo e da política do país.

Morreu vítima de um câncer no útero aos 33 anos. Sua morte aconteceu em 26 de julho de 1952. Durante dois dias, o governo decretou feriado nacional e seu imponente velório se estendeu até 9 de agosto, formando imensas filas para entrar na capela onde era velada. Evita recebeu honras de chefe de Estado, Perón embalsamou seu corpo e o depositou no edifício da Central General de los Trabajadores (CGT), onde permaneceu até o golpe de 1955.  De allí fue robado el 24 de noviembre de 1955. Sabemos que depois deste golpe seu corpo foi sequestrado e exilado do país, pois morta parecia ser mais perigosa do que viva. Ele ficou desaparecido até 1971, quando, em um acordo, os militares o devolveram à residência de Perón (também exilado) em Madrid.

No início dos anos 1970, o grupo radical de esquerda Montoneros apareceram pela primeira vez na cena pública argentina seqüestrado e asesinando ao ex-presidente de facto General Aramburu.

Anos depois, outro caso foi aquele da troca dos corpos de Aramburu pelo de Evita … é sim … mesmo como voce esta lendo …. Como moeda de troca iniciou-se a operação de “resgate” do corpo de Aramburu pelos Montoneros. Desta vez, seu corpo enterrado no cemitério de Recoleta iria ser o protagonista de mais uma aparição do movimento e objeto de barganha pelo corpo de Evita.

No dia 15 de outubro de 1974, quarenta militantes iniciaram a operação. No dia seguinte, a família fora comunicada do seqüestro e das condições para devolução: a repatriação do corpo de Evita. Um acordo entre a família do militar e o governo, trouxe Evita de volta. E, em 17 de novembro de 1974, quando um cadáver pousou no solo argentino, o outro foi deixado no terreno da ex-Penitenciária Nacional.

Apenas em 1974, o corpo de Evita retorna ao país e é enterrado ao lado de Perón. Contudo … mais uma ditadura iria remover os resquícios da primeira-dama morta. Em 1976, os militares resolvem retirar os restos de Evita e entregá-los à família Duarte, que a enterrou finalmente no túmulo familiar localizado no famoso Cemitério de Recoleta.

Biblioteca e merchandising 

O museu foi organizado pela sobrinha-neta de Evita, Cristina Álvarez Rodrigues, tendo exigido cinco anos de intensa pesquisa.

O Museo Evita abriga também o Instituto Nacional de Investigaciones Históricas Eva Perón, o qual é responsável pela organização e pesquisa histórica do acervo.

Além disso, o I.N.I.H.E.P., o Instituto Eva Perón de Instituto de Pesquisa Histórica, possui a maior biblioteca e arquivo disponível ao público. Para quem quer levar uma lembrança de sua visita ao Museu, pode passar pela loja de merchandising que oferece vários objetos.

 

fontes:

  • Portal: http://web.museoevita.org.ar/
  • MUSEO CASA, CASA MUSEO: UN ESTUDIO COMPARATIVO DEL MUSEO EVITA (BUENOS AIRES-AR) Y LA CASA MUSEO JOÃO RIBEIRO (SE-BRASIL). Mello, Janaina Cardoso e Oliveira, Hildênia Santos, Universidade Federal de Sergipe (UFS)
  • As outras faces dos presidentes: Darcy Vargas e Evita Perón – Marina Maria de Lira Rocha – Mestre em História pela Universidade Federal Fluminense
  • Evita reclama seu corpo: O caso da repatriação do corpo de Eva Perón na Revista Evita Montonera – MARINA MARIA de LIRA ROCHA

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *