Escondido no adro da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, onde séculos antes funcionava a Casa do Noviciado do Carmo, o Museu do Oratório está entre os mais belos e bem cuidados acervos de Ouro Preto. O museu oferece belíssimas peças referentes à arte e cultura dos oratórios. Totalmente restaurado, o edifício em si já vale a visita, porém é dentro das vitrines onde estão alguns tesouros que contam parte da cultura, história e religiosidade do povo mineiro. Inaugurado em 1998 prédio histórico que foi usado por um pequeno tempo como residência de Aleijadinho. O acervo conta com 162 oratórios e 300 imagens que datam dos séculos XVII ao XX.
Museu do Oratório
Há 22 anos nascia em Ouro Preto o sonho da implantação de um espaço dedicado a esses objetos de fé que remontam parte da história de nosso país, através das configurações religiosas e sociais experimentadas ao longo de cinco séculos. Este espaço é o Museu do Oratório, e este sonho foi conduzido pela colecionadora Angela Gutierrez e compartilhado por todos aqueles que auxiliaram em sua concretização.
A coleção começou quando Ângela, ainda menina, recebeu de presente do pai um oratório feito a de madeira de goiabeira, com uma pequena imagem de Santana dentro. Este artefato despertou nela o desejo de colecionar arte brasileira. “Aquele presente despertou meu instinto de busca e descoberta, como incorporação concreta da arte enquanto motivação e vivência humana”, afirma a colecionadora.
O Museu do Oratório reúne um universo de peças, genuinamente brasileiras, que expressam a relação dos homens e mulheres com o sagrado em seus mais diversos ambientes. Seja nas tropas e bandeiras, no interior das casas e em suas fachadas ou nos mais belos e abastados salões coloniais, o Oratório é o símbolo da comunhão entre as pessoas e suas expressões de fé. Evidenciam ainda a riqueza das técnicas e materiais a serviço da criatividade de nossos mestres e artífices, que com muita personalidade revelaram a arte sacra brasileira como um expoente de relevância internacional, demonstrando que o que aqui se produz é feito com muita originalidade.
No seio desta implantação nasce também o Instituto Cultural Flávio Gutierrez, uma instituição cultural sem fins lucrativos cuja missão é a valorização e preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro em suas mais distintas esferas e expressões. O Instituto se destaca como um modelo de gestão íntegra e comprometida com a transparência de seus processos, adquirindo desse modo a chancela da UNESCO para execução dos projetos que implanta e coordena ao longo do território mineiro e também fora dele.
O Acervo
Apresenta uma magnífica coleção de 162 oratórios e 300 imagens dos séculos XVII ao XX. O museu é um espaço muito bem cuidado com rico acervo. Totens com computadores permitem aos visitantes a leitura sobre informações detalhadas de cada obra.
Caracterizando-se pela diversidade de tipos, de tamanhos e de materiais, o acervo oferece detalhes valiosos da arquitetura, pintura, vestuário e costumes da época em que foram produzidos permitindo uma verdadeira viagem antropológica pela história do Brasil. Reunidos com especial atenção, esses objetos contam a história de Minas Gerais e do Brasil. Falam de usos, costumes e tradições; evocam hábitos e características do ciclo do ouro e dos diamantes; narram o processo de contribuições afro-luso- ameríndias que se fundem na formação cultural brasileira. A história da arte e da arquitetura se revela no conjunto dos oratórios, por meio da influência barroca, rococó e neoclássica.
A Fachada
O prédio onde hoje funciona o Museu do Oratório é um dos mais significativos edifícios da Ouro Preto setecentista. Situado no centro da antiga Vila Rica, destaca-se por sua arquitetura simétrica e harmônica, bem nos padrões da época. O sobrado, em dois pavimentos, é considerado uma obra singular por ter funcionado como Casa do Noviciado do Carmo, função diferenciada da usual. Anexa ao sobrado está uma pequena construção térrea.
A construção do sobrado, da casa térrea e do cemitério é contemporânea à edificação da Igreja datada de meados do século XVIII. A decisão de se erguer uma casa que servisse para guardar móveis, objetos sacros e documentos da Irmandade do Carmo ocorreu em 4 de novembro de 1753.
Em 1756, as obras foram arrematadas por José Ferreira dos Santos pela quantia de 100 mil cruzados. Alguns desentendimentos com a Irmandade atrasaram o início das obras e retardaram os trabalhos que foram interrompidos inúmeras vezes. Em 14 de novembro de 1766, uma nova arrematação foi feita por João Álvares Viana.
Com o passar do tempo, a documentação da casa acabou se perdendo e hoje é quase inexistente. De acordo com Rodrigo Bretas, primeiro biógrafo de Antônio Francisco Lisboa (o Aleijadinho), a antiga casa do Noviciado chegou a ser, provisoriamente, a residência do famoso escultor e arquiteto barroco enquanto o mesmo trabalhava nas obras da Igreja do Carmo. A partir daí, a edificação começou a ser tradicionalmente chamada de Casa do Aleijadinho. Para a instalação do Museu do Oratório, a antiga construção passou por uma grande restauração, com a inclusão de mobiliário técnico, modernos recursos tecnológicos e novo revestimento interno e externo.
A montagem do Museu do Oratório foi possível graças à colaboração da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto, através da figura do sacerdote Pe. Simões, que se entusiasmou com o projeto participando de todas as suas etapas e cedendo o espaço do antigo Noviciado do Carmo para a sua efetivação.
Todo o projeto foi realizado através do esforço conjunto de técnicos e pesquisadores do maior gabarito, incluindo a presença de historiadores, restauradores, arquitetos, engenheiros e museógrafos que, por cerca de 3 anos, deram suporte para a criação do museu.
A Historia dos Oratórios
A palavra oratório vem do latim oratorium e significa lugar onde se reza e que pode estar em uma igreja ou em residências e lugares reservados ou públicos. Esses utensílios religiosos chegaram à Colônia pelas mãos do colonizador português e se espalharam pelas fazendas, senzalas e residências, tornando-se parte do cotidiano brasileiro. Inspirando-se nos costumes da realeza, as famílias mais abastadas também passaram a possuir seus próprios altares. Esse costume acabou por se estender até o povo. Revela-se, a partir de então, o desejo de posse de relíquias ou outros objetos de piedade que conferiam aos seus donos segurança e intimidade com o mundo do sagrado. Os santos guardados ou entronizados em seus nichos estavam, assim, à mão para proteger, ouvir segredos e testemunhar a fé de homens, mulheres e crianças.
Como o Brasil era um país essencialmente agrícola, a prática religiosa era um tanto rara, duas vezes ao ano, no máximo, era celebrada missa. Ficaria à espera de um sacerdote itinerante, que diante do oratório celebrasse missas, realizasse casamentos e batizados. Ou seria introduzido nas casas das famílias, tornando-se guardião dos bens recebidos ou dos costumes, da riqueza e da virtude. O oratório fazia as vezes de igrejinha doméstica pois estava sempre à disposição dos devotos, protegendo a fazenda, além de ser fácil de transportar.
O oratório possui sua origem na Idade Média é concebido como um tipo de capela particular em que reis e nobres realizam suas orações e frequentado em seguida também por associações religiosas leigas. Essa capela que de início era ligada ao modo de vida das camadas abastadas que tinham o hábito de ter altares particulares logo se disseminou pelos mais variados estratos sociais. Proliferaram, assim, imagens pintadas, esculpidas ou xilogravadas dos santos protetores.
No Brasil, o oratório chegou junto das caravelas de Cabral à Bahia, pois na caravela de Cabral havia um oratório dedicado à Nossa Senhora da Esperança. O oratório alcança seu auge, na região de Ouro Preto, no período aurífero da nossa história com o surgimento das bandeiras. Em Minas, durante a época colonial, os oratórios são encontrados com frequência nas grandes fazendas. É a partir do século XVIII que os oratórios se propagam de maneira mais expressiva, sua confecção era feita de várias formas, de acordo com seus artistas, difundindo-se por todo o território colonial.
Era usual guardar dentro do oratório tudo que se queria desde que fosse relacionado a dar ao fiel alguma segurança pessoal ou familiar. Entre os objetos encontrados nos oratórios, destacam-se flores secas abençoadas por sacerdotes, como as pequenas rosas de Santa Teresinha, a palha benta do Domingo de Ramos, poderoso antídoto contra raios e outros perigos, caixilhos com santinhos doados por amigos e adquiridos em batizados e festas de primeira-comunhão. Medalhinhas milagrosas, livros de orações, bentinhos, cópias de orações, ladainhas e novenas, terços e rosários, retrato pintado ou entalhado de algum doente querido, semelhante a um ex-voto, pedidos secretos guardados sob santos, mezinhas para doenças e feitiços sincréticos.
Tipologias de Oratórios
Muitas vezes produzidos pelas mãos incultas dos nativos ganham formas e tipos inusitados, movimentando as forças da vida nova numa sociedade em formação. Ora utilizados na sua dimensão de pequenos armários de guarda dos santos patronos de cada fiel, portanto individualizados, ora instalados em locais apropriados ao fluxo de um número maior de pessoas, as ermidas, ou ocupando o espaço essencialmente privado e doméstico, o oratório se torna parceiro e cúmplice dessa ciranda encantada do passado brasileiro.
Os Oratórios Ambulantes

Oratórios de viagem ou itinerantes: Os tropeiros criaram vários tipos de oratórios que pudessem ser levados durante as viagens. Alguns podiam ser pendurados no pescoço, outros colocados na algibeira. Em Minas Gerais, o oratório simboliza ainda a gratificação da fé, pelas andanças perigosas dos aventureiros, acompanhando-os com a sua benção e indispensável patrocínio. O certo é que esses objetos de fé, hoje escassos, ocuparam as íngremes montanhas, tornearam rios, produziram vilas, cidades, aglomeraram comunidades em torno da espiritualidade.

Oratórios de algibeira: eram de menor tamanho, com cerca de 10 cm, podiam ser levados no bolso ou junto do corpo e possuem a função de amuletos ou objetos de fetiche; oratórios-pingente eram usados cotidianamente, como santo de proteção.
Os oratórios de esmoler: eram restritos ao espaço urbano e possuíam a função na arrecadação de dinheiro para construir os templos das irmandades, fazer festas religiosas ou ajudar na sobrevivência de doentes e mendigos, eles eram pendurados no pescoço ou no lombo dos burros e podiam possuir uma gaveta para guardar o dinheiro arrecadado, era comum a invocação de Nossa Senhora das Mercês.
Os oratórios-bala: assim denominados pelo formato ovalado eram semelhante às balas de cartucheira e muito usados por tropeiros, eram muito práticos pois se adaptavam bem tanto em pequenas como em grandes dimensões, solucionando o problema do transporte do santo de devoção, a maior parte desses oratórios-bala tem os santos de devoção entalhados ou colados na caixa, para evitar acidentes e perdas.
Os oratórios de convento: eram produzidos por freiras e possuem origem em uma tradição decorativa portuguesa, advinda da montagem de cenários, como os presépios ou cercaduras de pinturas, esses oratórios são caixilhos decorados com recortes, flores e colagens que trazem no centro uma gravura ou estampa, fabricados e vendidos a particulares com o propósito de arrecadar fundos para as ordens religiosas.

Os oratórios arca, altar móvel: destacam-se pela praticidade da forma, fechado compõe uma arca, como as usadas em viagens, onde é possível transportar paramentos, acessórios religiosos, imagens, missais, etc. Chegando ao local onde será celebrado o sacramento, o sacerdote abre a arca que se transforma em um altar de boas dimensões, que é montado com todos os acessórios necessários ao culto.
Oratórios Domésticos
Os oratórios populares domésticos eram mantidos no interior das residências e possuem a função de ser um local de oração dedicado ao santo de devoção, esse oratório podia guardar não só o santo protetor, mas tudo que se relacionasse a devoção cotidiana. Esses oratórios apresentavam uma grande diversidade de forma, tamanho e decoração, que variavam conforme a condição financeira do fiel. Muitos eram policromados e dourados, imitando o usual nas igrejas barrocas, já outros eram extremamente simples, pequenos armários de entalhe básico e pouco decorados, mas que guardavam o mesmo sentido de proteção para o santo de devoção.
Os oratórios de salão: eram para as famílias urbanas mais abastadas, o sinal da fé marcado nos salões em estilo Dom João V ou Dom José, em meio a essa decoração refinada, os oratórios de salão estavam presentes em cerimônias de casamento, orações comunitárias de Natal, batizados e outros rituais.

Oratórios de alcova: de uso doméstico, eram oratórios onde as mulheres, no recolhimento das alcovas, costumavam fazer suas orações, eram dedicados à virgem ou a Santana em associação ao papel de mãe e protetora do lar que as mulheres tinham na colônia, são oratórios que costumavam passar de mãe para filha, possuindo caráter tradicional de bem de família.

Oratórios ermidas: algumas famílias abastadas reservavam um cômodo especial para as práticas religiosas, esses locais eram chamados de “quartos de santos” onde o grande oratório cumpria o papel de retábulo, não apenas comportando os santos de devoção, mas funcionando para os rituais mais diversos, portanto eram grandes oratórios que cumpriam a função de uso comunitário dentro do cotidiano doméstico, especialmente de propriedades rurais que, longe das vilas, necessitavam de um local apropriado para o cumprimento dos ofícios católicos.

Os oratórios lapinha: são oratórios tipicamente mineiros, procedentes da região de Santa Luzia, acolhiam imagens, pinturas e gravuras ligadas à natividade e ao calvário de Cristo. Estruturavam-se quase sempre em dois planos ou andares, e muitas de suas figuras eram esculpidas em caleita, um delicado minério fartamente encontrado naquela antiga zona mineradora.

Oratórios de conchas: à particularidade desses reside junto aos materiais usados, com destaque para as conchas, como na trabalhosa decoração composta por grandes guirlandas, buquês e volutas.
A estrutura da peça é elaborada em uma série de aramados bem finos, cobertas por tecido e linha, que são recobertas pelos ornatos em folhagens, tecido e conchas.
Obra de Francisco Xavier dos Santos, dito Francisco Xavier das Conchas, artista atuante no Rio de Janeiro em fins do século XVIII e inícios do século XIX.

Oratórios Afro-Brasileiros: Esses trabalhos, infelizmente anônimos, conforme o costume da época não eram assinados sendo, quase na sua totalidade, de difícil identificação autoral. Artesãos, artistas e artífices de toda espécie, incluindo a mão afro-brasileira deixaram, no entanto, a marca de uma criatividade tipicamente tropicalizada, onde a apropriação da estética barroca era amoldada às culturas e percepções populares.
Os oratórios afro-brasileiros, confeccionados pela mão negra escravizada eram mais rústicos e pesados, bastante ricos em elementos simbólicos. Os motivos preferidos eram de teor geométrico, cosmológico ou ligados à natureza. Excessivamente simples em sua forma primitiva, alguns eram escavados em troncos de madeira. Outros, mais elaborados, guardavam colagens de santinhos, pequenos quadros com motivos religiosos, caixilhos, terços, ex-votos, gravuras, contas de colares de Candomblé, flores, etc. Do ponto de vista iconográfico, as devoções mais usuais entre os negros eram a Virgem do Rosário, São Cosme Damião, Divino Espírito Santo, São Jorge, São Benedito, Santa Ifigênia, Santo Antônio e São Sebastião.
Oratórios Públicos
Em Ouro Preto, no bairro de Antônio Dias, o Oratório de Nossa Senhora de Bonsucesso, localizado na Rua Bernardo Vasconcelos, nº 55, esquina com a Rua dos Paulistas, possui sua base em quilha de pedra, abertura com duas folhas em madeira, proteção de vidro e sineira em sua parte superior.
Museu do Oratório: “Museu Itinerante – Objetos da Fé”
Desde a primeira mostra, intitulada Objetos de fé: oratórios brasileiros, ocorrida inicialmente no Rio de Janeiro, em 1991, antes mesmo da criação do museu, o Museu do Oratório promoveu importantes exposições nacionais e internacionais, que levaram a riqueza da cultura de Minas Gerais para países como a França, Inglaterra, Espanha, Itália, Venezuela, Chile, dentre outros. Por meio do projeto “Museu Itinerante – Objetos da Fé” circulou o acervo também por capitais e cidades do interior do Brasil, democratizando o acesso do público à este patrimônio cultural.
O Museu do Oratório nos enche de orgulho pois já promoveu exposição de seu acervo em outros países divulgando, assim, a cultura brasileira. E, do mesmo modo, levou esse acervo para cidades do interior do Brasil, fazendo com que mais brasileiros, igualmente, pudessem conhecê-lo. Além disso, desenvolve, continuamente, trabalhos educativos interagindo com a população local e valorizando produções locais.
O Instituto Cultural Flávio Gutierrez – ICFG
O ICFG é uma entidade cultural do terceiro setor, sem fins lucrativos e integrante do Sistema Nacional de Museus foi fundado em 1998. O Instituto surgiu como uma extensão natural das atividades da colecionadora Ângela Gutierrez que, inspirada pelo desejo de compartilhar com o grande público o acesso às suas coleções particulares, optou pela doação dos acervos de oratórios, ferramentas de trabalho e imagens sacras para a criação dos espaços museográficos: Museu do Oratório, em Ouro Preto, o Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte e o Museu de Sant’Ana, em Tiradentes. Todos eles tiveram as suas coleções doadas ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), no ato da inauguração, sendo o ICFG responsável pela criação, implantação e gerenciamento dos seus espaços.
Sediado em Belo Horizonte, Minas Gerais, o Estado que abriga o maior conjunto de bens tombados do patrimônio histórico brasileiro, o Instituto Cultural Flávio Gutierrez tem a chancela da UNESCO e, pela seriedade do trabalho desenvolvido desde a sua criação, recebeu em 2003 o Prêmio Reina Sofia, concedido pelo governo espanhol a instituições e projetos que valorizam e preservam o patrimônio artístico e cultural na Península Ibérica e nos países americanos de origem latina.
Reconhecido internacionalmente, o ICFG foi uma das instituições brasileiras convidadas e a única organização do país a participar da 2ª Reunião Extraordinária do Comitê Intergovernamental de Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, em Sofia, capital da Bulgária, em fevereiro de 2008. No ano de 2010, o ICFG foi convidado a participar do Seminário Culturas Vivas, realizado com a chancela da UNESCO, pelo Museu de Londres, na Inglaterra. No mesmo ano, a Presidente do ICFG foi uma das homenageadas pela Brazil Foundation, em Nova York, pelo trabalho realizado à frente do Instituto.
Flávio Gutierrez
Flávio Castelo Branco Gutierrez (1925/1984), engenheiro de origem espanhola, fundou em 1948 a Construtora Andrade Gutierrez, um dos grandes grupos empresariais do Brasil, tendo como sócios os irmãos Gabriel e Roberto Andrade. De personalidade forte, arrojado e carismático, o engenheiro imprimiu uma marca expressiva de empreendedor em suas realizações. Sob a sua liderança, a pequena construtora fundada em Belo Horizonte conquistou espaço entre as grandes empresas do setor, atuando em todo o território brasileiro e também no exterior. Ao mesmo tempo, por sua profunda identificação com as raízes e expressões da cultura popular, Flávio Gutierrez se destacou ao longo de sua vida como colecionador de arte genuinamente brasileira e entusiasta do tema da preservação do patrimônio histórico.
Angela Gutierrez

Empresária, colecionadora de arte e empreendedora cultural, Angela Gutierrez, filha de Flávio Castelo Branco Gutierrez e Maria Auxiliadora Thomasi Gutierrez, nasceu em Belo Horizonte, onde realizou seus estudos. Seu bisavô, o espanhol Leonardo Gutierrez, radicou-se em Belo Horizonte no final do século XIX para participar da construção da nova Capital, tendo sido cônsul honorário da Espanha no Estado de Minas Gerais. Angela é administradora de empresas pela Fundação Getúlio Vargas, com especialização em Marketing.
Angela Gutierrez recebeu vários prêmios e condecorações na área da cultura, tais como as medalhas: Ordem do Mérito Legislativo da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Ordem do Mérito Legislativo do Estado de Minas Gerais, Medalha Santos Dumont, Medalha Juscelino Kubitschek, Medalha da Inconfidência, Medalha Alferes Tiradentes da Polícia Militar de Minas Gerais, Colar do Mérito da Corte de Contas Ministro José Maria de Alckmim do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, Ordem do Mérito do Estado Maior das Forças Armadas e Ordem Nacional do Mérito Cultural.
Em 2006, recebeu o título de Cidadã Honorária da cidade Tiradentes. Em abril de 2011 recebeu a comenda De L’Ordre des Arts et des Lettres, mérito reconhecido pelo governo francês; no mês de junho foi homenageada pela Federação das Academias de Letras e Cultura de Minas Gerais; e foi agraciada no mês de dezembro de 2011 com a Medalha Reitor Mendes Pimentel, maior honraria que a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) concede a profissionais amplamente reconhecidos em suas áreas específicas de atuação.
Está muito difícil conseguir patrocinadores. Em junho de 2019, após quase dois meses com as portas fechadas por falta de patrocínio, o Museu do Oratório, em Ouro Preto, conseguiu reabrir. A reabertura aconteceu após a parceria entre o Instituto Flávio Gutierrez com o Instituto Itaú Cultural, que deu aporte financeiro para a manutenção do espaço. O patrocínio também se estendeu ao Museu de Sant’Ana, em Tiradentes. Ao todo, foram R$ 800 mil reais.
fonte:
- Catalogação dos Oratórios de fachada de edificações históricas em São Bartolomeu, Ouro Preto-MG – Patrícia Roiko Oliveira (1)
- https://museudooratorio.org.br/conheca/apresentacao/
- https://icfg.org.br/o-instituto/
- http://www.eravirtual.org/museu-do-oratorio/