FAENA ART CENTER – PARTE III: Museu? … Galeria de arte?… Centro cultural?

A pérola do Distrito da Arte de Alan Faena, no cais 3 de Puerto Madero, é o Centro de Arte de Faena que funciona como um centro de experimentação e exposição aberto às expressões artísticas de vanguarda em Buenos Aires. Foi concebido como um espaço de experimentação para promover o cruzamento de expressões disciplinares, combinando arte, tecnologia e design, com exposições temporárias.

O Arts Center está localizado na antiga sala de máquinas de um moinho de farinha, recuperado através de um projeto do estúdio McCormack Asociados.

Faena Arts Center

Aimé Painé 1169, Puerto Madero


O Faena Arts Center está localizado no coração de um antigo moinho que outrora alimentou a Europa da pós-guerra e hoje novamente alimenta esta parte do mundo por meio da cultura.

Construído em 1908, este espaço único foi o armazém de grande parte da comida que a Argentina exportava para o mundo no início do século passado. Este extraordinário edifício é uma das últimas joias que foi preservado, e agora luce convertido em um novo complexo residencial e artístico.

Para sua transformação foi recuperada a estética da arquitetura portuária-industrial, preservando os edifícios originais do moinho sul, do moinho norte e do edifício da sala de máquinas, onde funciona hoje o centro cultural.

Museu … Galeria de arte… Centro cultural?


O Faena Arts Center não é um museu tradicional, nem uma galeria de arte. É um projeto cultural baseado na troca de ideias, experimentação e pesquisa cultural.

O FAC é um centro de artes e experimentação artística criado por Alan Faena que tem como objetivo apresentar instalações inovadoras dentro de um programa de exposições de vanguarda, gerando ideias e diálogo não só dentro da comunidade portenha, mas também em toda América e no mundo internacional da arte contemporânea.

Inaugurado em 2011, a instituição tornou-se uma ousada vitrine da cena artística local. Quando Alan Faena adquiriu este imóvel em 2002, decidiu transformar o edifício em um centro artístico próximo ao seu hotel de luxo, o Faena Hotel.

A Catedral


O espaço expositivo localizado na antiga sala de máquinas deste emblemático edifício foi renovado pelo estúdio de arquitetura McCormack, respeitando o estilo original do edifício: tetos altos, grandes janelas, detalhes de época, todos eles, elementos comuns da arquitetura industrial de começos do 1900.

Reabilitada para se adaptar às exigências da arte contemporânea, a galeria, no entanto, mantém a sua estrutura de estilo portuária-industrial para abrigar as expressões da arte contemporânea com tetos vertiginosos e enormes janelas por onde penetra uma luz natural excepcional.

Segundo o arquiteto Mike Mc Cormack, o volume da sala de máquinas tem as “proporções de uma catedral”

O centro de exposições, que funciona em 4.000 m2, conta com duas salas de exposição de 630 m2 cada uma: a Sala Catedral e a Sala dos Molinos.

O que costumava ser a casa das máquinas do antigo estabelecimento foi recuperado preservando o seu carácter original, para servir de centro de experimentação e exposição que apoie as mais recentes e ousadas formas de criatividade.

Os trabalhos de valorização e remodelação efetuados pelo estúdio Mc Cormack respeitam as proporções e a riqueza volumétrica e interior original, que levaram o cliente e os designers a batizar o edifício de “Catedral”.

O projeto caracteriza-se pela luminosidade e pela magnífica vista de todos seus ambientes. A carpintaria interior é em madeira, mas no exterior é de alumínio, com vidros duplos herméticos constituídos por vidro laminado na face interior e vidros de baixa emissividade térmica na face exterior.

Numa segunda instância, como complemento foram erguidas duas caixas de concreto que dialogam em sua cor e materialidade com as fachadas originais sem com elas competir. Nenhum destes dois cubos toca o solo: ambos assentam na fachada envidraçada do piso térreo.

Esse prédio estava cercado por construções intersticiais, que foram demolidas para liberar o volume em T. “Mas por dentro, a planta em T foi preservada, porque as duas caixas não ganham espaço para dentro”, explica o arquiteto. A rigor, são dois complementos que albergam as circulações verticais, os halls de entrada e diversos serviços complementares, como sanitários e espaços de apoio à atividade específica do centro artístico. Em suma, o espaço em forma de T foi mantido livre de divisões nos dois níveis, já que a divisão horizontal do espaço também foi respeitada: um térreo com 4 metros de altura e um primer andar que triplica essa altura.

O Faena Arts Center se tornou um referente incontornável para a arte contemporânea em Buenos Aires

Há mais de cem anos, o local que ocupa a sala principal do museu, batizado de “Moinhos”, abrigava a sala de máquinas onde eram moídas toneladas e toneladas de trigo.

A definição das duas entradas nas extremidades do edifício é quase uma representação urbana de pequena escala. A entrada principal, realçada por uma escadaria de mármore, não está orientada para o Boulevard Azucena Villaflor, como era de se esperar, mas para a esquina anterior oposta, e continua em uma praça seca que comunica com a arcada do Edifício Los Molinos, conformando um novo circuito de pedestres onde são exibidos os murais de Pablo Siquier.

Já o acesso secundário, este sim de cara para a avenida, dá acesso à sala de exposições do rés-do-chão através de um hall com escada dupla envolvente.

DADOS TÉCNICOS: Complexo “Los Molinos”


  • Localização: Av. Juana Manso e Azucena Villaflor – Dique 3, Puerto Madero.
  • Empresa desenvolvedora: FAENA Group
  • Principal construtora: Obras & Sistemas S.A
  • Gestão de obras: Seminario y Asociados
  • Estúdio de Arquitetura: Mc Cormack & Asociados
  • Área total construída: 28.300 m2
  • Residências: 92 unidades
  • Área comercial: 2.600 m2 no térreo
  • Escritórios: 1.500 m2 de escritórios
  • Centro de exposições e eventos: 2.600 m2

O empreendimento do Grupo Faena Properties investiu mais de 50 milhões de dólares na reconstrução e ampliação de dois antigos moinhos de grãos construídos no início do século XX, a metros do espelho d’água do cais 3, na avenida Juana Manso.

Ambos os volumes foram convertidos em conjunto habitacional, espaço comercial, escritórios, praça pública e centro cultural, projetado pelo estúdio Mc Cormack y Asociados com a colaboração do artista plástico Pablo Siquier e do cenógrafo Eugenio Zanetti.

 

Fonte:

  • https://wsdg.com/projects-items/los-molinos-faena-arts-center/
  • https://www.faena.com/urbanism/buenos-aires/faena-art-center
  • https://elplanetaurbano.com/2018/03/alan-faena-%c2%b7-orfebre-del-lujo/
  • https://www.clarin.com/arq/arquitectura/Faena_Art_Center-Mc_Cormack_Asociados_0_rkrVuy63vXe.html

 

 

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