CONCHA NEGRA: A bactéria que esta destruindo as muralhas de Cartagena

As muralhas de Cartagena, Monumento Nacional na Colômbia, está sendo comido silenciosamente por uma bactéria que vive nas pedras de coral e, de acordo com especialistas, o fase está em estado de degradação, grau II.

Aqueles muros inexpugnáveis ​​de Cartagena que protegiam a cidade de piratas e corsários e que atraem milhares de turistas por ano parecem sucumbir aos efeitos da bactéria chamada Concha Negra. De acordo com o estudo da Universidade de Cartagena, o micróbio alojado no material com que foram construídas as paredes da Cidade Histórica devorou ​​a infraestrutura, fraturando-a internamente, por isso é urgente controlar o avanço do germe.

Quatro séculos de existência


Todos os anos, as muralhas atraem milhares de turistas e também ajudam a transformar Cartagena em uma das cidades amuradas mais conhecidas do mundo.

A primeira pedra das paredes de Cartagena foi lançada em 8 de setembro de 1614, cuja obra terminou dois séculos depois. Os primeiros desenhos das paredes foram feitos por Bautista Antonelli, no ano de 1594, um engenheiro naval italiano com experiência na construção de muralhas no Mediterrâneo. Cartagena era um dos portos mais importantes para o embarque de riquezas da América para a coroa espanhola. As paredes foram classificadas como uma das fortificações mais bem construídas da América Latina, juntamente com as de Havana, Cuba; e Campeche, no México.

Concha Negra


Depois de ter defendido com sucesso a cidade por séculos, as muralhas de mais de 400 anos agora enfrentam uma nova invasão: a da Concha Negra.

“A Concha Negra é uma patologia ou doença que atravessa os objetos minerais ou rochosos”, explica Aida Barbosa, especialista da Universidade de Cartagena. “Não é uma bactéria”, esclarece, embora seja seu principal protagonista um microrganismo que habita habitualmente os moluscos bivalves dos quais tira o seu nome, aquele que devora silenciosamente a pedra. Estima-se que 24% da estrutura seja afetada por várias patologias, incluindo a concha negra.

“Muitas das fortificações da América Latina daquela época foram feitas com as pedras que tinham no local, e elas  tinham muito coral infetado “, diz Barbosa sobre a construção colonial. Segundo a microbióloga, a alta porosidade das paredes de Cartagena também as torna. particularmente vulnerável. “É por isso que microorganismos criam vida nele, porque é uma rocha bioreceptiva”.

A Concha Negra também está presente na grande maioria da fortificação de Cartagena, pois a umidade e o vento criam um “clima perfeito” para o avanço de organismos nas paredes. “O clima de Cartagena é perfeito para a proliferação de alguns tipos de algas, bactérias, líquenes e material biológico que vivem dentro das paredes, infelizmente este material biológico se alimenta da mesma rocha”, disse Aida Barbosa.

“Atualmente as paredes estão em deterioração grau II, esta é uma escala empírica que é utilizada mundialmente em áreas imóveis. Isso significa que há uma cristalização maciça e que dentro da rocha já existe uma fratura interna que é urgente controlar. Em alguns locais da parede já se observam deterioração e buracos ”, condenou a pesquisadora Aida Barbosa.

Uma das alternativas propostas pelos pesquisadores é a utilização de uma tinta especial muito custosa, que poderia “blindar” as áreas mais degradadas das paredes. A Universidade de Cartagena destaca que esta solução foi implementada com sucesso na Europa, onde existem monumentos centenários, mas que seu alto custo exigiria o apoio financeiro de várias instituições.

A equipe de pesquisa da universidade que ela coordena estuda os efeitos da Concha Negra nas muralhas de Cartagena há 10 anos e detectou várias fraturas internas produzidas por microrganismos alias das vibrações geradas pela passagem constante de veículos em seu entorno.

O engenheiro Jorge Álvarez acrescentou que o fluxo constante de tráfego nas proximidades do cordão murado também está afetando o muro. “O sistema de transporte exerce efeitos sobre a parede e seus alicerces porque as vibrações que são transmitidas pelo solo chegam como uma onda às estruturas e aos poucos os materiais cedem e desestabilizam alguns trechos e setores”, detalhou o engenheiro.

 

fonte:

  • https://www.bbc.com/mundo/noticias-america-latina-45596330
  • https://www.elciudadano.com/
  • https://www.eltiempo.com/

 

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