No bairro de Balvanera, a Basílica de Santa Rosa de Lima é uma das muitas jóias arquitetônicas da arte bizantina para conhecer e admirar na cidade de Buenos Aires.
A basílica de estilo românico-bizantino foi feita com base ao projeto do arquiteto Alejandro Christophersen. Enquanto a ornamentação, o contraste entre o exterior pobre e o interior ricamente decorado é uma característica da arquitetura bizantina. Porem, a presença de outros estilos, tanto na fachada como no interior, enquadram esta obra dentro do movimento “neo-românico eclético”.
Bora .. chegou a hora de conhecer o interior do templo.
Igreja de Santa Rosa de Lima
Estilo neo-românico eclético
Um inventário das igrejas erguidas em Buenos Aires permite verificar que a maior parte dos templos inaugurados correspondem ao período governado sob o mandato de Monsenhor Santiago Copello (1880-1967), arcebispo metropolitano que teve que administrar, desde sua nomeação em 1932, a atenção às crescentes necessidades de infraestrutura para atender os serviços religiosos, sociais e educacionais a geração de argentinos, filhos de imigrantes em sua maioria católicos, que exigiam batismos, casamentos, educação e todo tipo de serviços litúrgicos.
A aceleração da construção exigiu uma maior economia ornamental e uma organização da produção em massa, período chamado de “neo-românico eclético”.
A transição para a presença plena da vanguarda nos templos de Buenos Aires, vanguarda que surgirá em sua plenitude, somente em meados do século XX com décadas de atraso em relação à Europa. No início dos anos 1930, a arquitetura religiosa parecia se distanciar ainda mais das inovações aplicadas na arquitetura civil. Lembremos que prédios altos e racionalistas como o Comega e o Safico foram construídos simultaneamente com o Santuário Nacional de Santa Rosa de Lima (1934), de Alejandro Christophersen, em que combina elementos neo-românicos com elementos neobizantinos em uma mesma obra.
Nave
Já falamos no primeiro post da grande cúpula apoiada por dezoito colunas de mármore Cipollino. O uso de arcos semicirculares, o comportamento estrutural das colunas, o uso de telhas no telhado e a torre sineira separados da cúpula principal dos templos são características do estilo românico, não do estilo bizantino.
O edifício consiste em uma grande nave central, cuja grande cúpula é apoiada por 18 colunas de mármore grego verde-oliva Cipollino, combinando com os rodapés e frisos cobertos com mármore Tynos; e duas naves laterais com altares.
A cúpula central termina em uma lanterna em forma de torre que fornece luz ao templo. O templo recebe luz natural que atravessa a lanterna que coroa a cúpula, janelas artísticas e o pequeno rosetón no frontão da fachada central. Todos esses aportes foram desenhado para controlar e oferecer um nível bastante reduzido nos níveis de iluminação geral. O aporte de iluminação por parte da cúpula se produz a uma altura muito elevada a traves de pequenas janelas permitindo ingressar só aquela luz necessária para iluminar a própria cúpula em sua absoluta e imensa totalidade.
Caracteres Neo-bizantinos
A configuração da planta é próxima à da cruz grega bizantina, embora, devido ao tamanho reduzido do lote, seja completada com unidades acessórias, constituindo um trapézio quase quadrado no seu conjunto. O plano é combinado com uma pequena abside para a localização do presbitério. As numeras colunas de mármore Cipollino e a escassa presença dos dois altares laterais, criam a sensação de que a plante é circular. Coroada magistralmente com uma imensa cúpula. A combinação de enormes colunas e uma enorme cúpula central criam uma escala muito singular, mesmo o lote não ser tão extenso.
O contraste entre o exterior pobre e o interior ricamente decorado é uma característica da arquitetura bizantina. A ornamentação escultórica do altar-mor e dois altares laterais foram feitos todos em mármore importados.
O piso é feito de mármore Napoleão (originario da ilha de Paros), assim chamado porque foi usado na construção da tumba desse imperador francês. As estátuas e altares são feitos de mármore italiano de Carrara, assim como o destaque principal: o Púlpito, que se posiciona como uma obra de arte junto ao altar-mor, com entalhes em arabescos e a imagem de oito santos católicos.
Acima das colunas, os capitéis com elementos vegetais filigranados com pouco volume, complementam a rica visual.
Capela-mor
Na capela-mor também existem mármores de cores diferentes em rodapés e frisos. A abside abriga um altar em mármore italiano com forro dourado. Dentro, uma imagem de Santa Rosa de Lima com a criança Jesus em braços (mármore de Carrara), ladeada por quatro pequenos ícones de estilo bizantino sob um dossel de mármore.
O altar talhado em mármore de carrara italiano presenta acima um mural de mosaicos venezianos que abrigam um fundo dourado.
A igreja só tem dos altares laterais, junto ao altar mor conformam os centros de atenção visual por excelência, perfectamente iluminados. No existem retábulos de madeira nesta igreja , aqui a talha toda foi feita em diversos mármores.
Altares Laterais
Os dois grandes altares laterais foram dedicados ao Sagrado Coração de Jesus e à Virgem da Medalha Milagrosa e foram decorados acima com murais semicirculares de mosaicos coloridos.
Na nave direita, são exibidas as imagens de São José, Nossa Senhora da Medalha Milagrosa e Santo Antônio de Pádua.
Na nave esquerda, o Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora de Carmen e São Roque.
Há também um altar menor dedicado a Santa Teresa do Menino Jesus e a primeira imagem que o templo tinha do Sagrado Coração.
O Púlpito
O Púlpito italiano de Pietrasanta, no estilo românico de mármore Botticino, com esculturas policromadas nas laterais e escadaria de mármore de carrara incrustada com venecitas em folha de ouro.
O púlpito apresenta imagens esculpidas de São Tomás de Aquino, São Ambrósio, São João Crisóstomo, Santo Agostinho, São Jerônimo e São Gregório.
Colunas
As numeras colunas de mármore Cipollino, com um tom esverdeado invadem e interrompem nossa visual, uma e outra vez enquanto caminhamos pela tipo de galeria criada no perímetro.
Quanto às colunas, apresentam o capitel de um tronco de pirâmide invertida, fortemente decorado com rodapés em mármore grego Tynos e hastes monolíticas suaves de mármore Cipollino, com um tom esverdeado.
As pilastras e as colunas de apoio das galerias e do coro também foram feitas em mármore Cipollino.
Cripta
A cripta é o local de descanso do benfeitor do templo de Maria dos Remédios Unzué, que morreu em 1950 e se mudou para a Basílica em 1955, junto com os restos mortais de seu marido, Angel Torcuato de Alvear (irmão do Presidente da República Marcelo Torcuato ) que morreu em Paris em 1905.
É de planta quadrada, com dois anéis octogonais de colunas abaixo dos encontrados no templo principal. Eles também são de mármore, mas rosa. O chão é de cor marfim.
Maria Unzué de Alvear foi uma das principais contribuintes em dinheiro para a construção, por isso tinha uma caixa para orar e testemunhar as missas, e seus restos mortais repousam na cripta do templo. Dizem que, devido a uma inimizade com Eva Perón, o governo da época impediu a procissão de chegar à Basílica e teve que ser enterrado no Cemitério da Recoleta. Anos mais tarde, e secretamente, seus restos mortais foram para o lugar onde ela havia escolhido.
O altar-mor é esculpido em mármore de Carrara e apresenta apliques em folha de ouro e uma réplica exata do grupo de esculturas de Michelangelo La Piedad, localizado no Vaticano.
Enquanto os trabalhos de contrucao estavam sendo concluídos, as celebrações ocorreram na cripta, que tem seu próprio acesso através da Av. Belgrano, e nela repousam os restos mortais de Pbro. Rodolfo Carboni, pastor de 1937 a 1960, e fundador da congregação Hnas. Auxiliares paroquiais de Santa Maria e os restos mortais de quem doou o lugar Dona Maria Unzué de Alvear junto com o marido e o filho.
O órgão

Por ser um órgão musical histórico, foi declarado: “membro do Patrimônio Cultural da Cidade Autônoma de Buenos Aires”, pela lei nº 5.808, sancionada pelo Legislativo da Cidade Autônoma de Buenos Aires, em 4 de maio de 2017.
Características: dois teclados manuais de 58 notas e um pedal de 30 notas, com 17 registros reais. Um registro no pedal, 6 no primeiro manual e 10 no segundo. Sua transmissão é eletropneumática e possui 1062 tubos. Ele tem combinações fixas e uma combinação livre.
Em 1781, Eberhard Friedrich. Walcker estabeleceu-se como construtor de órgãos na cidade de Cannstatt, Alemanha. A invenção e a introdução do segredo dos pistões são creditadas ao fundador de uma dinastia de fabricantes de órgãos. As tarefas de restauração e manutenção iniciadas em 2011 estiveram a cargo do artista Carlos Amadini.
A única peca em madeira talhada e a porta que da acesso ao templo. Em cor obscura, ela contribui ao clima da cenografia geral, que tem um baixo nível de iluminação geral, onde a cor dos materiais foram escolhidos para representar uma fina cena dentro deste templo-teatro magistral.
fonte:
- La belleza del arte románico-bizantino en Buenos Aires (Primer premio) Estévez, Rocío Solange (1)
- Del Neogótico al Neorrománico. El reloj de los estilos retrocede hacia una nueva periodización de la historia de la arquitectura religiosa en la Argentina – Juan Antonio Lázara
- https://www.artedelaargentina.com.ar/disciplinas/artista/pintura/alejandro-christophersen
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