A rua Florida é exclusiva para pedestres e turistas ávidos de fazer compras. Localizada no microcentro da cidade ela nasce na Av de Maio, e para quando você chegar ás Galerias Pacifico e cruzar a Av. Cordoba, a rua continua sendo a mesma mais o bairro muda de nome: de San Nicolas para Retiro.
No final da Florida você chega á belíssima Praça San Martin, descendo a barranca se encontra a Estação de trem Retiro e a Rodoviária de Ónibus.
Então, se você sobreviver a beleza e as tentações das Galerias Pacifico, e continua andando a rua Florida ate o final, vamos marcar três “Bares Notáveis”, para você incluir e desfrutar no seu roteiro.
Plaza Bar
Flórida 1005, Retiro
O Hotel Plaza faz parte da rede Marriot há alguns anos, daí o seu nome atual de Marriot Plaza Hotel. À sua direita aparece a silhueta majestosa do Kavanagh. A rua Flórida acaba e acentua seu barranco em direção a Av. Leandro N. Alem no final da Praça San Martin.

Dentro do Hotel você encontrará o tradicional Plaza Bar, eleito pela revista Forbes como um dos 9 melhores bares de hotel do mundo.
O Plaza Bar oferece o clima ideal para tomar uma bebida e passar um momento agradável. A boiserie, os tapetes finos de belíssimo desenho, as gravuras e pinturas com cenas equestres, a iluminação proporcionada pelos candeeiros de pé, as mesas georgianas, as elegantes cadeiras e as poltronas forradas a veludo verde (todo o mobiliário é reparados e mantidos nas próprias oficinas do hotel).
O Plaza Hotel surgiu por iniciativa de Ernesto Tornquist. O projeto foi confiado ao arquiteto alemão Alfred Zucker (1852-1913), proeminente profissional que havia construído na cidade de Nova York, a Ópera e o Majestic Hotel. Chegou ao nosso país em 1904, onde realizou um trabalho importante.
O Plaza Hotel foi magnificamente inaugurado em 15 de julho de 1909, desde então tornou-se um dos mais prestigiados hotéis em Buenos Aires e no mais elegante centro de reuniões da sociedade de Buenos Aires.
Em 1919, os arquitetos J. Giré e J. Molina Civit construíram o setor na esquina da Charcas (hoje Marcelo T. de Alvear) e Flórida, determinando o acesso dos carruagens, o salão no andar alto, e o local comercial no térreo das tradicionais joias de Ricciardi.
A intervenção de ampliação, realizada pelos arquitetos Rocha e Martínez Castro, entre 1940 e 1950, somavam trezentos mais quartos, aos cento e trinta já existentes. Nestes anos definiu-se o estilo que distingue o Plaza, o que o torna um favorito de aqueles que procuram a combinação sutil de conforto e luxo. O grande Hall, galeria de arte, suítes impecáveis, piscina e seus doze salões, incluindo o Colonial, o Dorado e o Diretório, são parte dos serviços que oferece este luxuoso Hotel.
Entre o número de celebridades que se hospedaram no Plaza, vamos mencionar Roosevelt, Indira Ghandi, Nat King Cole, Charles de Gaulle, Charlton Heston, Jacques Cousteau, Jonas Salk, o rei Juan Carlos da Espanha e Rainha Sofia, Mikhail Baryshnikov, Plácido Domingo e Luciano Pavarotti.

O Plaza Hotel, com mais de 90 anos, oferece no seu acolhedor e distinto restaurante Plaza Grill um menu variado que atesta a primorosa qualidade da sua cozinha. A Brasserie e a lendária Bodega trazem os seus próprios cardápios.
O tradicional bar em forma de L acompanha o piso do bar. Um pequeno armário de madeira e vidro exibe uma variedade interessante de charutos de qualidade: Montecristo, Cohiba ou Partagás.
Bar Bar O
Três sargentos 415, aposentados
Em 1969 Luis Felipe Noé fundou o Bar Bar O que em fonética simplificada se diz Bar Barbaro, nas ruas Reconquista e Três Sargentos, local que anos mais tarde se tornaria um ícone do Movimento Artístico-Cultural dos anos 70.

Filipe Noé com Ernesto Deira, Rómulo Macció e Jorge d e la Vega iniciaram uma experiência artística conjunta em 1961. Pessoas e críticos os reconheceram como o grupo Nueva Figuración, nome de que Noé nunca gostou muito porque “o que procuramos foi nos colocar numa atitude sem preconceitos em relação à criação, o que importava era não estabelecer limites, nem mesmo estar vinculados à figuração”.
Com essa atitude sem preconceitos, nasceu o Bar Bar O, considerado por muitos o primeiro pub de Buenos Aires. O vidro da fachada foi pintado por Jorge de la Vega.

Bar Bar O se tornou o símbolo de uma geração inteira. No final dos anos setenta mudou de instalações, mas não de bloco pois foi transferido para Tres Sargentos 415. As janelas pintadas por de la Vega foram removidas e reinstaladas.
Na frente do bar os arquitectos Sánchez, Lagos e de la Torre, autores do Kavanagh, tinham o seu estúdio. Sábados na tarde era ponto de reunião de alguns famosos pintores: Alonso e Macció, Pérez Celis.
Uma placa de bronze na frente diz: “Bar Bar O. Sítio Declarado de Interesse Cultural pelo Honorável Conselho Deliberativo da Cidade de Buenos Aires. Ponto de encontro de plásticos e personalidades culturais”.
A penumbra da sala revela alguns de seus detalhes: um bom revestimento de madeira chamado boiserie; no piso parquet de carvalho; o balcão do bar, feito de madeira, o relógio de pêndulo; cadeiras e mesas de madeira Thonet; um pintura com um Gardel psicodélico, dos anos sessenta; a reprodução de uma pintura de Toulouse-Lautrec; uma foto com o macaco Zipi falando: “Não jogue a casca do amendoim no chão”; várias gravuras de Alicia Scavino e duas magníficas pinturas originais feitas em 1935 por Peruzovich.
Um desenho de Eduardo Bergara Leumann; um cabide Thonet; um grande artefato de bronze com cinco abajures e um anjo na barra; atrás dela, o retrato de uma mulher pintado em uma placa, ladeado por luz neon estão outros detalhes que definem o espírito do lugar. No mezanino, encontramos outra bela Odalisca do pintor Peruzovich.
Pintura, Tango, Flamengo, Jazz … de tudo acontece no Barbaro Bar. Os clássicos da noite são a picada da casa, cuidadosamente preparada, com cerveja ou cidra.
Florida Garden
Florida 899, Retiro
O bar fica na rua Flórida 899, um lugar estratégico, no cruzamento da peatonal com a rua Paraguai. É um quarteirão peculiar de Buenos Aires, pois existem apenas três edifícios, todos emblemáticos: o café, aquele que abrigava o Harrod’s e o Centro Naval, chegando à Avenida Córdoba, são um lembrete de um passado urbano diferente e não tão longe da área central da cidade.
Se há algo que caracteriza as instalações inauguradas em 1962, é o fato de ter sido um emblema por mais de uma geração de porteños, um ícone inevitável do microcentro para as mais diversas disciplinas, da política, artística e da arquitetura. Víctor Martínez (vice-presidente de Raúl Alfonsín), o artista Federico Peralta Ramos, o diretor de cinema Sergio Renán e o arquiteto Justo Solsona, além do grande Federico Sacchi, figura do Racing Club, de Jorge Luis Borges a Diego Maradona.
Sua decoração é viajar para os anos 60, para os tempos do Flower Power, quando a confeitaria foi aberta por imigrantes galegos, com arquitetura de vanguarda. A Flórida experimentou um boom na década de 1960, no que foi chamado de Happening Porteño, ou o Flower Power Criollo, com ousadas manifestações artísticas, que também tiveram esse bar como ponto de encontro, quando os artistas que saiam da Galeria do Este ou o Instituto Di Tella, iam lá à rua Flórida para tomar uma bebida.
O bar é diferente do resto dos bares, que geralmente procuram criar um clima íntimo, em um espaço pequeno. Aqui o bar está aberto e está sob um teto de altura dupla, o que dá uma sensação de espaço e modernidade. Os clientes geralmente preferem beber no bar, em pé, um dos costumes que estão quase perdidos, mas aqui ainda persiste.
Um parágrafo separado merece sua escada, a protagonista do salão, a primeira coisa que impressiona ao entrar. Tem um design diferente, que não é visto em outros bares. É suspenso, curvilíneo e é construído a partir de um degrau inicial, com degraus banhados em metal que estreitam até o topo.
fonte:
- https://www.ahtra.com.ar/hoteles_hotel.php?fil=2&id=57
- https://www.infobae.com/
- https://turismo.buenosaires.gob.ar/br